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Ufes chama casais voluntários para pesquisa de convivência na pandemia

Ufes chama casais voluntários para pesquisa de convivência na pandemia

Projeto é coordenado pelo Departamento de Psicologia da Ufes e voluntários podem se inscrever até o dia 31 de maio

Publicado em 27 de maio de 2020 às 18:51

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É possível superar o desgaste do relacionamento e voltar a ter prazer
Pesquisa "Ajudando casais a se vincularem durante a pandemia de Covid-19" busca voluntários. (shutterstock)

O Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) está buscando voluntários para participarem da pesquisa "Ajudando casais a se vincularem durante a pandemia de Covid-19". Os pré-requisitos são ter mais de 18 anos, morar em um dos municípios da Grande Vitória e conviver na mesma casa que o parceiro ou parceira, não importando o estado civil.  Os interessados podem se inscrever acessando o formulário on-line até o dia 31 de maio.

Segundo a professora Fabiana Ramos, que coordena o projeto, a iniciativa busca melhorar a convivência de casais em um período no qual passam mais tempo juntos. "Estar confinado nesse momento da pandemia representa uma série de desafios para todos os indivíduos, especialmente para os casais que passam o dia inteiro juntos, muitas vezes tendo que conciliar tarefas de casa com as de trabalho, além do cuidado com os filhos. Então esse período traz dificuldades. Essa intervenção visa melhorar o relacionamento e o vínculo do casal", afirmou.

Segundo a professora, o modelo proposto nessa abordagem da psicoterapia analítica funcional, sua área de estudo no pós-doutorado, é o chamado “consciência, coragem e amor”. Fabiana Ramos explicou que é importante os parceiros estarem sempre atentos ao que o outro sente e conseguir expor isso, ainda mais em um momento de isolamento social.

"Num relacionamento, preciso estar atenta ao que eu estou sentindo e ao que meu parceiro ou parceira está sentindo. E se tenho essa consciência, preciso ter coragem de expor para o outro o que sinto. O amor é a forma como eu acolho o que o meu parceiro também me diz dos seus sentimentos, de forma não julgadora, e expresso a validação do que ele ou ela está colocando. Então a abordagem vai trazer para o cotidiano das pessoas esses três pilares: viver com consciência, coragem e amor, ou seja, estando atento ao que acontece no relacionamento, tendo coragem de expressar aquilo que sente e ter amor suficiente para validar aquilo que o outro está expressando nessa relação", disse a professora.

Fabiana Ramos destaca também que essas habilidades precisam ser aprendidas e desenvolvidas, o que será tratado nos dois encontros virtuais que serão realizados com os casais inscritos: “Associada à intervenção, vamos fazer a pesquisa, coletando dados antes e depois dos encontros para avaliar o quanto o casal está vinculado e consegue se comunicar bem. Então queremos ver se a intervenção ajudou no relacionamento desse casal”, disse.

PESQUISA NOS EUA

A pesquisa também foi feita nos Estados Unidos, na Universidade de Washington, onde Fabiana Ramos faz pós-doutorado. A professora acompanhou a realização do projeto na universidade e afirmou que os resultados alcançados no trabalho já concluído no país apontaram que, após a intervenção, houve aumento da intimidade, com melhorias em outras dimensões do relacionamento dos casais.

"No contexto da pandemia, tivemos uma mudança no direcionamento dos estudos para que focassem no que estamos vivendo. A minha orientadora propôs essa pesquisa que estou replicando no Brasil", contou.

Além de Fabiana Ramos, a equipe no Brasil inclui o professor do Departamento de Psicologia da Ufes Elizeu Borloti, uma professora de Londrina e outras quatro psicólogas colaboradoras. A pesquisa foi aprovada pelo Conselho de Ética da Ufes e incluída entre os projetos sobre enfrentamento à COVID-19 financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

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