Publicado em 4 de novembro de 2020 às 12:37
Os EUA chegaram ao último dia de votação com expectativa de atingir o maior comparecimento eleitoral em mais de um século, em uma disputa acirrada entre Donald Trump e Joe Biden. >
Os primeiros resultados da noite desta terça-feira (3) pareciam abrir caminho para o presidente seguir na disputa à reeleição e mostravam que a corrida não teria ampla vantagem do democrata, ao contrário do que mostravam as pesquisas. Apesar disso, a disputa seguia indefinida por volta das 23h (1h em Brasília).>
Com 96% das urnas apuradas na Flórida, Trump conseguiu 51,2% dos votos no estado que era seu tudo ou nada, segundo o New York Times, o que fez o presidente ganhar musculatura na disputa. Os holofotes passaram, então, para os estados do Meio-Oeste, no chamado Cinturão da Ferrugem, onde a eleição americana deve ser decidida mais uma vez. Assim como em 2016, os resultados na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin terão peso decisivo na disputa.>
A pandemia de coronavírus impulsionou o voto antecipado "presencialmente e por correio", e mais de 100 milhões de eleitores já haviam votado quando as urnas abriram nesta terça.>
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O número representa mais de 70% do total de votos registrados em 2016, disputa que levou até agora mais pessoas às urnas -140 milhões.>
Em um país onde o voto não é obrigatório, os índices hiperbólicos deste ano sinalizavam que a disputa entre Trump e Biden poderia alcançar 160 milhões de votantes, ou seja, 67% de comparecimento - patamar alcançado pela última vez em 1908, segundo projeções do US Elections Project.>
Em razão da pandemia que já matou mais de 232 mil pessoas no país, os estados americanos, que controlam as próprias regras de votação e apuração, facilitaram o acesso ao voto por correspondência.>
As transformações, porém, também poderiam gerar atrasos e distorções iniciais na apuração e, portanto, ainda não era possível projetar um vencedor. Isso porque a maior parte dos votos antecipados foi feita por correio, e contabilizá-los leva mais tempo do que contar os registrados pessoalmente.>
Estados que apuram primeiro os votos presenciais, portanto, poderiam dar vantagem inicial para Trump, porque essa é a modalidade mais usada por republicanos, mas nada impedia que o cenário mudasse conforme a contagem avançasse, com a entrada dos votos feitos por correio, de maioria democrata.>
A confirmação de que Trump venceu na Flórida saiu por volta de 0h40 (2h40 no horário de Brasília), dando ao presidente os 29 votos que o estado tem no Colégio Eleitoral. Esse foi o primeiro resultado dos estados-pêndulo a aparecer de forma mais clara.>
Arizona, Carolina do Norte, Geórgia e Texas, também decisivos na corrida, não tinham nem mesmo projeções perto das 23h. Biden estava na frente no Arizona, o que lhe daria uma vitória importante.>
Há 20 anos, quem vence na Flórida leva também a Casa Branca e, desde 1924, um republicano não ganha a Presidência sem o estado. Segundo projeções do site FiveThirtyEight, o presidente tinha, de saída, 125 dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para ser eleito.>
Os votos são provenientes de 20 estados em que liderava com folga, de tradição republicana, como Tennessee e Indiana, cujas projeções de vitória de Trump já haviam saído às 21h (23h em Brasília).>
Biden, por sua vez, tinha 212 votos de início, de 17 estados mais o Distrito de Columbia, que costumam votar em democratas. Nova York e Illinois eram dois deles, e suas projeções de vitória para Biden também já haviam sido feitas no início da noite.>
A Flórida, por sua vez, era um dos 13 estados considerados em disputa e fundamentais para construir o caminho à Casa Branca. Trump, porém, ainda precisa vencer em outras regiões decisivas para conseguir se reeleger.>
Na tarde desta terça, Biden tinha dito que, se os resultados da Flórida chegassem e o mostrassem vencedor, a disputa acabava. "Se os resultados da Flórida chegarem e mostrarem que eu ganhei, é isso. Acabou. Se eu não ganhar, tem a contagem dos votos antecipados, e devemos nos sair bem em outros estados", disse. "Tenho um bom pressentimento sobre isso.">
As urnas da Flórida fecharam às 19h (21h de Brasília), e a lei local permitiu que a contagem dos votos por correio fosse feita conforme eles chegassem. Assim, no início da apuração, o estado já tinha uma votação adiantada - e com vantagem de Biden, já que a maioria dos eleitores que votaram por correspondência é de democratas.>
Trump, porém, virou logo, impulsionado, principalmente por latinos de ascendência venezuelana e cubana, além dos latinos evangélicos. Em alguns condados, o presidente foi melhor do que em 2016, quando venceu Hillary Clinton por apenas um ponto no estado.>
Biden, por sua vez, tinha dificuldade de conquistar latinos - 20% do eleitorado local - e tentava compensar com o voto de idosos da região central do estado, descontentes com a postura de Trump diante da pandemia que já matou mais de 232 mil americanos.>
Às vésperas da eleição, o democrata liderava as pesquisas no estado, mas por pouca margem, média de dois pontos percentuais. Em outras regiões consideradas chave, como no Texas, os resultavam flutuavam durante a noite.>
A disputa era apertada no estado, reduto republicano que, nos últimos anos, tem se movido mais à esquerda em razão de mudanças demográficas, com mais jovens e progressistas em suas áreas urbanas.>
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