Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 14:22
Cientistas encontraram uma variante do HIV que, até então, era desconhecida e que é mais virulenta que o comum. A cepa circulou na Holanda nas últimas décadas. A informação divulgada nessa quinta-feira (3) não deve causar alarme. Os medicamentos contra o HIV funcionam normalmente em pessoas que a contraíram. A propagação da variante está em declínio desde 2010 e foi descoberta como parte de esforços para melhor entender como o vírus evolui. >
O achado enfatiza a importância do acesso facilitado à testagem e ao tratamento para que qualquer tipo de HIV "seja suprimido tão rapidamente quanto possível, prevenindo a transmissão", defendeu o epidemiologista Christophe Fraser, da Universidade de Oxford. Diferentes subtipos de HIV circularam em vários países, alguns mais severos ou transmissíveis que outros.>
O subtipo B é o mais comum nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. A equipe de Oxford identificou 17 casos incomuns enquanto analisava a base de dados da Europa relativos a pessoas que tiveram mais comprometimento imunológico e eram mais infecciosas quando foram diagnosticadas.>
Como quase todos os casos eram da Holanda, os pesquisadores compararam os registros com milhares de dados do país. Eles então identificaram um grupo de 109 pessoas infectadas com o que eles estão chamando de variante VB, que significa subtipo B virulento. >
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Os casos datam das décadas 1990 e 2000 e tiveram queda recentemente, de acordo com relatório divulgado na revista Science. Antes do tratamento, pessoas com a variante VB tinham mais vírus no sangue e sofreram mais comprometimento do sistema imunológico que outras pessoas com HIV, de acordo com achados do estudo. >
Não está claro qual mudança genética é a causa, mas, após o tratamento, pacientes se saíram da mesma forma que outros indivíduos com HIV.>
Encontrar esse tipo de variante "não é uma crise de saúde pública'', ressaltou Joel Wertheim, especialista em evolução viral da Universidade da Califórnia (EUA). A variante não parece ter levado a um pico de casos, disse ele. Porém, os achados destacam o quanto ainda há a ser descoberto sobre o porquê de um vírus que se espalha há muito tempo ainda conseguir evoluir e se adaptar. "A pandemia atual continua a nos lembrar que nós não devemos subestimar o potencial para adaptação viral", conclui.>
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