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Presidente da Argentina pede desculpas após frase sobre brasileiros

Presidente da Argentina pede desculpas após frase sobre brasileiros

Em um evento, Alberto Fernández disse que mexicanos vieram dos índios, brasileiros vieram da selva e argentinos, de barco da Europa

Publicado em 9 de junho de 2021 às 17:54

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O presidente da Argentina. Alberto Fernández
O presidente da Argentina. Alberto Fernández. (Reprodução Twitter @alferdez)

O presidente argentino, Alberto Fernández, pediu desculpas nesta quarta-feira, 9, por ter dito que mexicanos vieram dos índios, brasileiros vieram da selva e argentinos, de barco da Europa. "Eu não quis ofender ninguém", afirmou em sua conta oficial no Twitter. A declaração foi feita durante um encontro com o premiê da Espanha, Pedro Sánchez.

"Afirmou-se mais de uma vez que 'os argentinos descendem de navios'. Na primeira metade do século 20, recebemos mais de 5 milhões de imigrantes que viviam com nossos povos nativos. Nossa diversidade é um orgulho", escreveu o presidente argentino em seu Twitter. "Eu não quis ofender ninguém, em qualquer caso, peço desde já desculpas a quem se sentiu ofendido ou invisibilizado."

Na reunião com Sánchez, Fernández creditou sua inspiração a uma frase erroneamente atribuída ao diplomata mexicano e Prêmio Nobel da Paz Octavio Paz, que teria dito "os mexicanos são descendentes de astecas, os peruanos dos incas e os argentinos dos barcos".

Meios de comunicação locais, no entanto, identificaram que o trecho vem de uma música chamada Llegamos de los barcos, do cantor argentino Litto Nebbia, que diz exatamente as mesmas palavras.

O momento foi registrado em vídeo publicado no Twitter oficial da Casa O momento foi registrado em vídeo publicado no Twitter oficial da Casa Rosada. A declaração pode ser ouvida a partir dos 19 minutos.

Embora grande parte da população argentina seja composta por descendentes de imigrantes, muitos deles vindos da Europa no século 19 e 20, o país tem uma importante herança indígena, que mescla as culturas incas, mapuches, patagônicas entre outras etnias. O país também teve mão de obra africana durante seu período colonial.

Na segunda metade do século 19, a Campanha do Deserto (1878-1885), liderada pelo general Julio Argentino Roca, conquistou as estepes do sul do país, amplamente povoada por povos originários. A maioria deles foi aculturada, morta e submetida a trabalhos forçados. Muitos dos escravos afroamericanos argentinos também morreram durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).

VÍNCULOS

O presidente argentino e o premiê espanhol destacaram nesta quarta-feira a importância de União Europeia e Mercosul chegarem a um entendimento sobre o acordo comercial. "Os vínculos entre América Latina e UE são fundamentais", afirmou Sánchez.

Ele apontou questões ambientais e o combate à pandemia de covid-19 como prioridades. "Entendemos as objeções que os governos podem ter, mas acreditamos que podemos aumentar o desenvolvimento de nossos países, criando uma área comercial única no mundo", declarou.

"Precisamos avançar em acordos para enfrentar as mudanças climáticas, e a Argentina está comprometida nisso", afirmou por sua vez Fernández."Muitos pensam que Argentina não quer avançar em um acordo, mas também há problemas na Europa", indicou, destacando especialmente a questão climática.

Outro tema abordado foi a vacinação. O espanhol destacou que o país doará de mais de 20 milhões de vacinas em 2021, "especialmente para a América Latina, que necessita de solidariedade por estar sendo mais golpeada". Os líderes reforçaram que os imunizantes devem ser um "bem público global", e que é necessário aumentar sua distribuição.

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