Publicado em 5 de outubro de 2021 às 16:37
O papa Francisco reuniu cientistas e líderes religiosos, nesta segunda-feira (4), para pedir que a cúpula do clima, que será realizada no Reino Unido a partir do próximo dia 31, ofereça "urgentemente" ações concretas de combate à crise climática. >
"A COP 26 está sendo convocada a oferecer, urgentemente, respostas eficazes para a crise ecológica sem precedentes e para a crise de valores em que vivemos", disse o pontífice. "Isso permitirá dar uma esperança concreta às futuras gerações. Vamos acompanhar com nosso compromisso e nossa proximidade espiritual. >
O argentino transmitiu a mensagem em encontro no Vaticano batizado de "Fé e Ciência: Rumo à COP 26". Estavam presentes líderes cristãos, como Justin Welby, arcebispo de Canterbury e líder espiritual dos anglicanos, e o patriarca ortodoxo Bartolomeu; mas também representantes muçulmanos, judeus, hindus, sikhs, budistas e taoistas, entre outros. >
A reunião terminou com a assinatura de um apelo aos participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 26), que acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. O texto foi entregue ao chanceler italiano, Luigi Di Maio, e ao presidente da COP, Alok Sharma. >
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A menos de um mês do evento sobre o clima, o documento é mais um movimento de pressão para que os líderes mundiais ajam de forma rápida e contundente ante um aquecimento global chamado de "catastrófico" pelos religiosos. >
Com frequência, Francisco denuncia o que ele considera comportamentos prejudiciais para o planeta. >
Essas "sementes de conflito", destacou o papa, "causam as graves feridas que provocamos ao meio ambiente, como as mudanças climáticas, a desertificação, a poluição, a perda da biodiversidade". >
Welby, por sua vez, criticou que "nos últimos 100 anos tenhamos declarado guerra à Criação". >
"Nossos abusos, nossa guerra contra o clima, afetam os mais pobres", disse. Ele defendeu o que chamou de "arquitetura financeira global que se arrependa de seus pecados" para promover mudanças como impostos que estimulem atividades mais sustentáveis e a economia verde. >
Outros líderes destacaram a importância de uma ação conjunta entre os países -e Francisco afirmou que diferenças culturais devem ser vistas como uma força, não uma fraqueza, nesse contexto. "Se um país naufragar, todos naufragamos", disse Rajwant Singh, líder sikh americano. >
Há um mês, o papa Francisco, Welby e o chefe da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu, lançaram um "apelo urgente". Nele, pediram "a todo mundo, independentemente de suas crenças, ou visão de mundo, que se esforce para ouvir o grito da Terra".>
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