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Coronavírus na região da Lombardia, na Itália, deixa capixabas isolados

Coronavírus na região da Lombardia, na Itália, deixa capixabas isolados

A localidade concentra mais de 14,3 mil brasileiros. Moradores estão sendo aconselhados a ficar em casa. Três idosos morreram na região

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 19:34

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Temor do coronavírus na região da Lombardia, na Itália, deixa prateleiras e supermercados vazias. (Internauta)

O surto do novo coronavírus, que já matou ao menos três pessoas e contaminou outras 150 no Norte da Itália, tem deixado os capixabas que vivem por lá em estado de alerta. A Itália é o país europeu mais afetado pela doença, sendo a maioria dos casos concentrada na Lombardia, coração financeiro e industrial do país. 

Coronavírus na região da Lombardia, na Itália, deixa capixabas isolados

A localidade concentra mais de 14,3 mil brasileiros de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (Istat) da Itália. Já em toda a Itália são cerca de 50,7 mil brasileiros. 

Muitos moradores estão correndo aos supermercados para estocar água e alimentos, o resultado são gôndolas vazias nas vendas. Porém, a liberação para ir às compras está acontecendo em pequenos grupos de 40 pessoas por vez, para evitar aglomerações. Além disso, as autoridades locais proibiram eventos públicos por um prazo de sete dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Já as empresas orientaram os funcionários a ficarem em casa.

Segundo uma capixaba que mora há 17 anos em Mantova, região da Lombardia, e não quis se identificar, o alarme de que as pessoas deveriam permanecer em casa foi dado no último sábado (22). Ainda de acordo com a capixaba, até um velório deixou de acontecer devido ao coronavírus.

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O receio e o medo estão tomando conta daqui. A cidade tem um grande número de brasileiros, sendo a maioria do Espírito Santo. Os supermercados lotados para fazer estoque de comida e água, pois pode ser que eles fechem também

Capixaba que mora em Mantova, na Itália
operária
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Após a confirmação de que o vírus circula pelo país, ocorrida na noite da última quinta-feira (20), a Itália já é o quarto país do mundo com o maior número de casos, atrás de Japão, Coreia do Sul e China, onde o novo coronavírus surgiu, em dezembro do ano passado.

O epicentro do surto do coronavírus na Itália foi Codogno, uma pequena cidade ao sudoeste de Milão, capital da Lombardia, onde o primeiro paciente infectado da região foi tratado. De acordo com jornais locais, o homem de 38 anos ficou doente após se encontrar com um amigo que havia visitado a China. Ele está em condição estável de acordo com as autoridades italianas.

10 MILHÕES DE PESSOAS
VIVEM NA REGIÃO DA LOMBARDIA

Cerca de 50 mil moradores em Codogno e nas cidades próximas foram aconselhados a permanecer dentro de casa. Entre elas  estão dezenas de capixabas que escolheram o local para morar. Cerca de 10 milhões de pessoas vivem em toda a região da Lombardia (o total da população italiana é de 60 milhões) .

A Itália foi o primeiro país europeu a suspender todos os voos diretos para China devido ao vírus. O país também foi o primeiro da Europa a registrar mortes por contaminação interna. Antes, um turista chinês havia morrido na França. As autoridades sanitárias italianas não sabem explicar como o vírus começou a circular no país. 

Segundo o secretário de Bem-estar da Lombardia, Giulio Gallera, que voltou a negar que o país esteja em pandemia, há evidências médicas de que 50% das pessoas contaminadas se recuperam facilmente, 40% precisam de medicamentos e 10% vão para terapia intensiva.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já manifestou preocupação com a situação italiana. O diretor europeu da organização, Hans Kluge, anunciou que enviaria uma equipe para ao país para ajudar a esclarecer como os contágios aconteceram.

FALTA MÁSCARA E ÁLCOOL

Apesar de relatos de filas em alguns supermercados neste domingo (23) e da falta de máscaras faciais e álcool-gel nas farmácias, o clima entre os moradores se alterna entre surpresa e expectativa pelos próximos acontecimentos. O coronavírus domina as conversas dentro e fora das redes sociais.

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As iniciativas que estamos adotando são totalmente compatíveis com a situação. Estamos procurando reduzir as possíveis ocasiões que poderiam contribuir para a difusão do vírus

Attilio Fontana
governador da Lombardia
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Diferentemente do Brasil, o feriado de carnaval no calendário italiano varia regionalmente e de acordo com cada escola. Em Milão, por exemplo, só na  última sexta-feira (28) era considerado feriado nos institutos infantis da prefeitura.

A determinação do governo, especialmente a suspensão das atividades de educação, foi seguida pelas regiões do Piemonte, Vêneto, Ligúria e Emilia Romagna. Em Veneza, a tradicional festa de Carnaval foi cancelada a partir desta segunda, assim como as missas.

Ao mesmo tempo, as 11 cidades consideradas como focos de contaminação, chamadas de "zonas vermelhas", começaram a ser fisicamente isoladas, com barreiras vigiadas pela polícia, após um decreto-lei aprovado pelo governo italiano.

São 35 pontos de controle na Lombardia, na área do Lodigiano, e 8 no entorno de Vo' Euganeo, no Vêneto. Cerca de 500 policiais vão fazer o controle de entrada e saída dos moradores, que estão proibidos de circular. A medida afeta 54 mil pessoas.

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Esses locais registraram as primeiras vítimas fatais por coronavírus na Itália, na sexta-feira (21) e no sábado (22), quando, respectivamente, morreram um homem de 78 anos e uma mulher de 77 anos. Neste domingo, foi confirmado o terceiro óbito relacionado ao covid-19. Uma idosa que fazia tratamento oncológico morreu em Crema, também na Lombardia.

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