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Biden insiste em narrativa diferente de Trump e visita família de vítima

Biden insiste em narrativa diferente de Trump e visita família de vítima

Segundo o New York Times, durante encontro, Biden e a família de Jacob Blake conversaram sobre como mudar o tratamento da polícia em relação às minorias

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 07:41

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O candidato democrata Joe Biden, em evento das primárias em Columbia
O candidato democrata Joe Biden, em evento das primárias em Columbia. (Adam Schultz)

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, visitou nesta quinta-feira (3) a família de Jacob Blake, o homem negro baleado pelas costas por policiais brancos em Kenosha, no estado de Wisconsin. Biden também conversou com Blake por telefone, de acordo com o advogado da família, Benjamin Crump.

A reunião, sem a participação da imprensa, foi no aeroporto de Milwaukee, onde o democrata desembarcou para fazer campanha em Wisconsin. O candidato e sua mulher, Jill, se encontraram com duas irmãs, o irmão e o pai da vítima, também chamado Jacob Blake. Durante a reunião, foi feita uma ligação com a mãe, o advogado e o próprio Blake, que está no hospital, paralisado da cintura para baixo.

Segundo o relato do advogado, a família "estava grata pela visita e impressionada que os Bidens estavam verdadeiramente dispostos a escutar".

O presidente Donald Trump esteve em Kenosha na terça (1), mas se recusou a encontrar os parentes de Blake após saber que um advogado da família estaria presente. Ao invés disso, o republicano encontrou policiais, cujo trabalho elogiou, e chamou os protestos antirracismo e contra a violência policial de "terrorismo doméstico".

Segundo o New York Times, durante o encontro, Biden e a família Blake conversaram sobre como mudar o tratamento da polícia em relação às minorias e sobre o impacto da escolha de Kamala Harris, uma mulher negra, como vice na chapa democrata.

"Blake falou a respeito da dor que está sentindo, e o vice-presidente demonstrou compaixão", disse o advogado. "Foi muito óbvio que Biden se importa, pois o tratou com humanidade, como uma pessoa digna de consideração."

Biden não conversou com repórteres após o encontro e seguiu para reunião com a comunidade em uma igreja luterana em Kenosha. Membros do Black Lives Matter estavam presentes, e uma líder local, Porsche Bennett, disse que estavam cansados de ver promessas vazias de reforma da polícia. Também estavam na igreja empresários que disseram ter medo que suas lojas fossem alvo de vandalismo.

O democrata, que tenta se descolar da narrativa de que é conivente com a destruição de propriedade que acontece em alguns protestos, condenou-a novamente. "Não importa com quanta raiva você está, se você saqueia ou queima, tem que se responsabilizado."

O ex-vice de Obama, porém, elogiou o Black Lives Matter, dizendo que Trump não conseguiu colocar a população contra os manifestantes.

A visita de Biden a Wisconsin, estado no qual Trump derrotou Hillary Clinton em 2016 com uma vantagem de 1%, marca uma nova fase na campanha do democrata. Até aqui, Biden havia feito a maioria dos seus eventos em seu estado natal de Delaware por conta da pandemia.

Segundo o Comitê Nacional Democrata, a campanha de Biden arrecadou US$ 364,5 milhões (R$ 1,9 bilhão) em agosto --batendo o recorde de doações mensais estabelecido em setembro de 2008 pela campanha de Barack Obama (de quem Biden era o vice). Na ocasião, o candidato que se tornaria o primeiro presidente negro dos EUA arrecadou cerca de US$ 193 milhões, segundo o New York Times.

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