Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 14:46
- Atualizado há um ano
As marcas premium têm um desafio em meio à transição energética: fazer com que seus carros elétricos sejam melhores que os modelos a combustão. A Mercedes-Benz promete que isso será possível com uma nova plataforma, chamada MMA (sigla em inglês para arquitetura modular da Mercedes).>
É uma evolução necessária. Hoje, os modelos a bateria da marca alemã ainda não tem o comportamento dinâmico elogiável de seus pares a gasolina, o que dificulta a aceitação de um público disposto a pagar mais de R$ 400 mil em um automóvel.>
Faz parte da estratégia da montadora, que preferiu focar na eletrificação plena e lançar carros rápidos, mas pesados. Concorrentes como Volvo, Audi e BMW lançaram uma extensa linha de produtos híbridos, que seguem com boas vendas.>
A Mercedes até oferece opções plug-in, mas, do ponto de vista de emissões, a recarga na tomada serve apenas para rodar no modo elétrico por pouquíssimos quilômetros. A real função é dar força extra a superesportivos como o sedã C63 S AMG (R$ 906,9 mil).>
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A montadora espera superar a desvantagem competitiva com os novos modelos derivados da plataforma MMA, e o primeiro deles será o novo sedã CLA. Após ser apresentado como conceito em 2023, a versão definitiva já está pronta para o lançamento, no início do próximo ano.>
A chegada ao Brasil da opção 100% elétrica está confirmada para o segundo semestre de 2025. Espera-se ainda por versões a gasolina, que ainda não foram anunciadas.>
Segundo Evandro Bastos, gerente de produtos da divisão de automóveis da Mercedes-Benz, o CLA elétrico tem autonomia superior a 500 km no padrão adotado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Pelo ciclo europeu de medição, é possível rodar cerca de 700 km com uma carga completa.>
As baterias permitirão recarga ultrarrápida, sendo possível obter energia suficiente para rodar 400 km em aproximadamente 15 minutos plugado na tomada.>
Isso só será possível em carregadores de 350 kWh, como os disponíveis em algumas concessionárias Porsche. É, portanto, um indicativo de qual marca a Mercedes tem por referência ao desenvolver sua nova plataforma.>
Além do conjunto mecânico, a versão conceitual do CLA revela elementos que estarão presentes na cabine do modelo de produção. Parte do revestimento interno tem origem em garrafas PET recicladas, e os tapetes são feitos de fibra de bambu.>
Há também partes em celulose que, de acordo com a montadora, são processadas com uso de energias renováveis.>
Para antecipar as novidades, a Mercedes tem promovido encontro com clientes, em que mostra mitos e verdades sobre carros elétricos. É um trabalho de convencimento sobre o futuro, com o objetivo de não perder consumidores quando os carros a bateria forem maioria em suas concessionárias.>
Um dos esclarecimentos diz respeito ao tempo de recarga, que pode variar de acordo com a temperatura do ambiente, das baterias e até do cabo do equipamento.>
Por exemplo: se um carro tiver acabado de ser reabastecido na tomada, é provável que a velocidade do sistema fique reduzida por alguns minutos, para resfriamento.>
São desafios de um novo mundo, em que nem sempre o comprador, já acostumado aos luxos dos automóveis de marcas premium, se impressiona com o silêncio ou o torque imediato de um modelo de luxo elétrico.>
É diferente do que ocorre entre carros mais em conta. Quem dirige a versão elétrica do Renault Kwid (R$ 99.990) logo percebe os pontos em que essa opção é superior à flex (a partir de R$ 76.090), a começar pelo fato de não fazer barulho, além de ser equipado com câmbio automático.>
A Mercedes vai tentar gerar sensação semelhante nos consumidores que compararem a futura versão elétrica com o seu par a gasolina, mas em um segmento mais elevado tanto em preço como em exigência do público.>
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