Os níveis da qualidade do ar no Espírito Santo agora podem ser conferidos diariamente pela própria população. Por meio de um portal na internet, todo cidadão pode visualizar uma série de informações com dados atualizados de hora em hora. A novidade foi lançada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) no começo deste ano e mede a qualidade do ar em cinco níveis: bom, moderado, ruim, muito ruim e péssimo.
Na Grande Vitória, são 15 estações que medem gases, partículas de poeira e dados meteorológicos na Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar da Grande Vitória (RAMQAr - RGV), sistema que começou a operar em 2000, mas que chegou a ficar por cerca de dois anos sem medir os dados de forma completa, como mostrou reportagem da jornalista Natalia Bourguignon, veiculada por A Gazeta em 2023. Pouco mais de um ano depois, todas as estações estão em funcionamento, atendendo “aos padrões de qualidade e desempenho”, segundo o Iema.
Agora, as estações emitem boletins diários com dados atualizados a cada hora, com um sistema que começa opera com informações de 0h até 23h59, todos os dias da semana. Em uma escala que vai de 0 (bom) a 200 (péssimo), o portal pontua os riscos relacionados à qualidade do ar e os impactos na saúde.
Segundo Vinicius Rocha, coordenador do setor de Qualidade do Ar e Áreas Contaminadas (CQA) do Iema, atualmente, mais de 97% das medições realizadas na Região Metropolitana capixaba indicam a qualidade do ar classificada como “boa”.
“A qualidade do ar medida na estação é fruto do que está acontecendo no entorno. Pode ser uma atividade passageira, pode ser uma obra ou outras situações e isso tudo pode interferir nas medições”, disse o coordenador em entrevista ao Bom Dia, Espírito Santo, da TV Gazeta, na última quarta-feira (29).
O Iema explica que as 15 estações são instaladas de forma estratégica e são equipadas com analisadores para cada poluente. A iniciativa, segundo o órgão, é voltada para a transparência sobre as informações da qualidade do ar no Estado e para a capacitação da população sobre os índices de tal qualidade.
Vale salientar que as medições variam de estação para estação, já que consideram todas as movimentações do ar no ambiente onde está instalada.
“No caso da Enseada do Suá, por exemplo, a estação está em uma área de grande fluxo de veículos, próximo à Terceira Ponte. Então, é muito comum a gente ver, como poluente principal, o dióxido de enxofre, que é muito associado a queima de combustíveis fósseis”, explica Vinicius Rocha.
Antigo problema da Grande Vitória, responsável por sujar as casas e ainda prejudicar a saúde da população, os índices do pó preto também são acompanhados de perto pelo Iema, que classifica o pó como “poeira sedimentável”.
“O pó preto também é monitorado em doze pontos da Grande Vitória e é acompanhado por uma rede que consiste no posicionamento de um coletor por 30 dias, onde esse material vai se depositar. Isso é recolhido, analisado em laboratório e é estimada a taxa de deposição desse material”, explica o coordenador do Iema. No caso do pó preto, os resultados são atualizados mensalmente pelo órgão ambiental e também são disponibilizados os resultados a cada mês.
"Atualmente, os coletores estão instalados em oito pontos localizados na Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar da Região da Grande Vitória, e em mais dois pontos localizados no bairro Ilha do Boi (Clube Ítalo Brasileiro e Hotel Senac). As análises de poeira sedimentavel é realizada por Laboratório contratado através de licitação pública, com a supervisão e gerência de servidores do Iema", divulga o órgão ambiental.
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