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Silencioso, câncer de ovário raramente é diagnosticado precocemente

Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. Eles só aparecem quando a doença já está instalada e ainda podem ser confundidos com os de outras enfermidades

Publicado em 8 de maio de 2023 às 16:19

câncer de ovário
Dor ou inchaço no abdômen pode ser um dos sintomas Crédito: Shutterstock

Estar atento aos sintomas e manter o acompanhamento regular com o ginecologista são formas de antecipar um diagnóstico de câncer de ovário que, em geral, só é feito quando a doença avança. O dia 8 de maio é definido como o Dia Mundial do Câncer de Ovário, a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2023-2025 sejam diagnosticados 7.310 novos casos ao ano. Quanto ao número de óbitos, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 apontou 3.921 mortes no período. 

A oncologista Luana Pescuite explica que o câncer de ovário é um tumor de crescimento silencioso e frequentemente é diagnosticado em estágios avançados. “O diagnóstico tardio pode impactar no resultado do tratamento e sobrevida da paciente. Assim, as pacientes devem ter um olhar atento às modificações em seu corpo e manter as consultas regulares ao ginecologista, principalmente após os 50 anos”.

A doença pode acometer qualquer faixa etária, porém, metade dos casos ocorre fora da idade reprodutiva, sendo mais diagnosticado acima dos 60 anos. Os principais fatores de risco são, além da idade, histórico familiar de câncer de ovário e de mama, primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), menopausa tardia (após os 52 anos), obesidade e tabagismo. Mulheres que não tiveram filhos também podem ter mais chances de desenvolver a doença.

SINAIS 

  • Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:
  • Pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas;

  • Náusea;

  • Indigestão;

  • Gases;

  • Prisão de ventre ou diarreia;

  • Cansaço constante.

A oncologista clínica Carolina Conopca, da Oncoclínicas Espírito Santo/Medquimheo, explica que os ovários fazem parte do órgão reprodutor feminino, e são responsáveis pela ovulação que vai gerar os embriões. "Nas mulheres em idade fértil, geralmente uma vez por mês acontece o ciclo menstrual. Normalmente, elas podem ter cistos, folículos, que são dos períodos menstruais ovulatórios normais das mulheres". A médica também diz que o tumor pode ser silencioso, muitas vezes assintomático, não apresentando sintomas nos estágios iniciais.

Os tumores são classificados em dois grandes grupos - os epiteliais e os não epiteliais. Os mais comuns são os tumores epiteliais. Geralmente, eles podem ser carcinomas ou adenocarcinoma do carcinoma de células claras e são mais comuns em mulheres mais velhas, após os 50 anos.

"Os tumores não epiteliais são chamados de germinativos e são mais raros, podendo acometer crianças e jovens. Surgem devido a alterações genéticas na infância e adolescência. Os mais comuns são os setoriais porque eles surgem da camada do revestimento do ovário"

A médica conta que o recomendado é a mulher procurar ajuda médica sempre que tiver algum sintoma persistente como cólica abdominal, dor no abdômen, algum caroço na barriga, principalmente se a dor na barriga aumentar entre dois e três meses

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

A médica explica que não existe nenhum exame preventivo para câncer de ovário. "Porém, algumas pacientes que têm histórico familiar, não só de câncer de ovário, como o câncer de mama, às vezes de próstata, mutações genéticas, principalmente a mutação genética chamada BRCA, precisam fazer um rastreamento e, muitas vezes, até pode ser indicado fazer uma retirada preventiva dos ovários", conta Carolina Conopca.  

O diagnóstico é feito com exames de imagem como o ultrassom ou a ressonância magnética. "Muitas vezes, é necessário realizar uma biópsia, dependendo do tamanho do tumor. O médico pode tentar operar o paciente primeiro e depois avaliar o resultado da biópsia", explica Carolina Conopca.

A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.

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