Pielonefrite: entenda a doença que fez a atriz Isadora Cruz ser internada

Na forma aguda, infecção bacteriana compromete o funcionamento dos rins. Se não tratada, pode evoluir para doença renal crônica, uma complicação grave em que os rins perdem sua função

Isadora Cruz

Isadora Cruz foi hospitalizada após sofrer com fortes dores. Crédito: Reprodução @Isadoracruz

A atriz Isadora Cruz usou suas redes sociais para contar que foi hospitalizada após sofrer com fortes dores e ser diagnosticada com pielonefrite aguda. "Estava há alguns dias sentindo uma dor nas costas, que achava que era uma simples dor muscular. Tentei algumas terapias e a dor persistia, mas como estou em um ritmo intenso de trabalho, pensei que fosse uma tensão normal e fui seguindo minha vida achando que estava tudo bem", contou.

Ela contou que não conseguiu nem andar. "Até que acordei no domingo passado queimando de febre, com calafrios e a dor, que era antes só na lombar, espalhou-se por todo o abdômen até irradiar para as pernas ao ponto de eu não conseguir nem andar", continuou Isadora.

A médica nefrologista Caroline Reigada explica que é uma doença inflamatória infecciosa, que, muitas vezes, é causada por bactérias que sobem da bexiga para os rins. "Ela acomete o parênquima renal, onde se localizam as estruturas funcionais produtoras de urina, e a pelve renal, porção dilatada do rim. A bactéria penetra no organismo pela uretra, alcança a bexiga, sobe pelos ureteres e se instala em um ou nos dois rins, comprometendo seu funcionamento”. 

A pielonefrite pode ser aguda ou crônica e, nos dois casos, pode evoluir para uma lesão renal. A forma aguda surge de uma hora para outra, enquanto a crônica é relacionada a causas subjacentes como diabetes ou cálculos coraliformes. “Nesse caso, as infecções agudas repetidas ou mal curadas fazem os rins perderem sua capacidade de funcionamento aos poucos, levando à falência”, diz a médica nefrologista.

SINTOMAS

Entre os sintomas, estão a febre, os calafrios, a sudorese, as náuseas, os vômitos e o mal-estar. “Muitos pacientes também sentem dor lombar e pélvica, no abdômen e nas costas; eles sofrem com urgência e dor para urinar, sinal de pus e de sangue na urina, que pode ficar turva e, em alguns casos, com cheiro fétido”. A médica lembra que a infecção bacteriana crônica pode provocar lesões irreversíveis nos rins.

A doença afeta mais mulheres que homens por razões anatômicas. “O tamanho da uretra feminina (3 cm) é muito mais curto do que a masculina (mede por volta de 12 cm) e está localizada próxima ao ânus, posição que favorece a entrada de micróbios especialmente durante o ato sexual”, explica Caroline Reigada. Pacientes com pedra nos rins, gravidez, malformações anatômicas, uso prolongado de cateteres urinários também são mais predispostos a sofrer com pielonefrite. “Quem tem sistema imunológico debilitado, refluxo vesicuretral (retorno de pequenas quantidades de urina da bexiga urinária para os ureteres e para os rins) e diabetes, rins policísticos, cistites de repetição também são mais afetados”, diz a nefrologista.

Caroline Reigada destaca que a pielonefrite tem cura, com tratamento com antibióticos que deve ser iniciado assim que a hipótese de infecção nos rins for levantada. “O objetivo é impedir que o agente infeccioso provoque lesões permanentes nesses órgãos ou que espalhe a infecção por todo o corpo, levando à falência de múltiplos órgãos. Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser indicados para alívio da dor”, destaca.

Para evitar a pielonefrite, a médica recomenda beber bastante água, urinar sempre que sentir vontade, higienizar sempre e corretamente a área íntima (de frente para trás) e urinar logo após a relação sexual, como forma de eliminar as bactérias que por acaso tenham penetrado pela uretra. “Não se automedique nem suspenda o uso da medicação sem antes ouvir o que seu médico tem a dizer”, finaliza.

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