Publicado em 28 de julho de 2023 às 09:00
Nesta sexta-feira (28) é celebrado o Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, infecção sistêmica que acomete predominantemente o fígado e que é responsável pela morte de 1,4 milhão de pessoas no mundo todos os anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, entre os anos de 2020 e 2022 o Ministério da Saúde aponta que foram registrados 750.651 casos da doença. >
De acordo com a especialista em Gastroenterologia e Hepatologia da Unimed Vitória, Jakeliny Vieira, as hepatites virais podem provocar alterações leves, moderadas ou graves, como o câncer hepático, a infecção aguda e a cirrose. A dificuldade de diagnóstico, assim como a prevenção da doença, são desafios importantes para a redução do número de vítimas. >
A médica explica que as hepatites virais podem ser divididas em agudas, a forma mais rápida da doença, ou crônicas, nos casos nos quais o vírus permanece no corpo após seis meses do início da infecção. Aliás, as hepatites virais também são classificadas de acordo com a sua forma de transmissão. No caso das Hepatites A e E, a transmissão está relacionada às condições de saneamento básico e higiene pessoal.>
"Ampliar o saneamento básico, fazer o tratamento adequado da água, consumir alimentos bem cozidos e lavar sempre as mãos antes das refeições são as principais formas de prevenção contra elas", lista Jakeliny. >
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Já as hepatites B, C e D (Delta) possuem diversos mecanismos de transmissão, como relação sexual e o compartilhamento de objetos contaminados, a exemplo de agulhas, seringas, lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de manicure, utensílios para colocação de piercing e confecção de tatuagens e outros instrumentos usados para uso de drogas injetáveis e inaláveis. Há também o risco de transmissão através de acidentes perfurocortantes, procedimentos cirúrgicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança. >
"Esterilização e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure; adotar práticas sexuais mais seguras, com o uso de preservativo; não compartilhar agulhas e seringas; não reutilizar material para confecção de tatuagem e colocação de piercings são medidas importantes de combate às hepatites B, C e D”, afirma Jakeliny. A médica ainda pontua que existem vacinas contra a hepatite A e a hepatite B.>
As hepatites virais podem se manifestar de formas variadas tanto na fase aguda quanto na crônica. A fase aguda pode ocorrer sem sintomas ou com poucos sintomas, sendo detectada apenas com base em exames de sangue alterados. >
"Por outro lado, o paciente também pode apresentar sintomas, como mal-estar, náuseas, vômitos, diarreia e febrícula, seguidos por urina escurecida, icterícia (pele amarelada) e fígado aumentado de forma dolorosa, até chegar às formas fulminantes, com a morte das células do fígado de forma maciça com a deterioração da consciência ocorrendo em até 8 semanas após o início da enfermidade", explica Jakeliny. >
Já na fase crônica, que ocorre com os vírus da hepatite B, C e D, a maioria dos casos é sem sintomas. "O vírus então se replicando, com maior probabilidade de evoluir para fibrose avançada ou cirrose. Essas alterações são vistas através de exames de sangue, exames de imagem e exames físicos", diz a especialista. >
Nas formas agudas, o tratamento das hepatites virais consiste em cuidar dos sintomas, pois a doença é autolimitada. No caso das formas crônicas, existem tratamentos para hepatite B e C. >
"Geralmente o tratamento para hepatite B é recomendado para reduzir ou reverter o dano hepático e prevenir complicações de longo prazo da hepatite B. Nem todas as pessoas com hepatite B precisam de tratamento imediato. Após iniciar o tratamento, serão feitos exames de sangue regulares para ver como ele está funcionando. O tratamento não deve ser interrompido sem discutir isso com seu médico porque, em alguns casos, o vírus pode voltar rapidamente, causando lesões hepáticas graves", alerta a especialista. >
Ainda segundo a médica, existem vários medicamentos para tratar a hepatite C. Na maioria das pessoas, esses medicamentos têm uma excelente chance de curar a infecção (em torno de 95%). "A duração do tratamento varia entre 03 meses a 6 meses em média com medicação via oral", pontua.>
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