Diabetes e hipertensão aumentam risco de glaucoma, diz estudo

O glaucoma é uma doença silenciosa, já que nos estágios iniciais não há sintomas. Normalmente, a descoberta ocorre em estágios mais avançados, quando a pessoa já apresenta perdas visuais

Glaucoma: problema nos olhos

O glaucoma é uma doença silenciosa, já que nos estágios iniciais não há sintomas. Crédito: Shutterstock

Um estudo publicado no Clinical Ophthalmology, no final de agosto, apontou que quanto mais cedo uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2 ou hipertensão na vida, mais cedo pode desenvolver o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA).

Os pesquisadores acreditam que essas descobertas são importantes para melhorar os protocolos de triagem para o GPAA em pessoas com essas duas condições. Esse tipo de glaucoma é responsável por cerca de 90% de todos os casos da doença.

Segundo a médica Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em glaucoma, diz que embora o glaucoma não tenha cura, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de preservar a visão ou impedir novas lesões no nervo óptico. “A detecção precoce do glaucoma é a chave para um melhor controle da pressão intraocular, principal fator de risco da doença”.

O glaucoma é uma doença silenciosa, já que nos estágios iniciais não há sintomas. Normalmente, a descoberta ocorre em estágios mais avançados, quando a pessoa já apresenta perdas visuais. Há vários fatores de risco bem estabelecidos como o diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono e enxaqueca, além dos fatores genéticos.

O que chamou a atenção dos pesquisadores é que a idade do diagnóstico de diabetes tipo 2 e/ou hipertensão estava significativamente ligada ao início do GPAA – quanto mais cedo os pacientes apresentavam uma ou ambas as condições, mais cedo tendiam a desenvolver GPAA.

A médica explica que tanto o diabetes quanto a hipertensão afetam os vasos sanguíneos do nervo óptico e da retina, causando alterações que predispõem os pacientes ao GPAA. "Portanto, o ideal é que pessoas com essas condições façam um acompanhamento periódico com um oftalmologista para avaliar a saúde ocular”, afirma Maria Beatriz.

DOENÇAS CRÔNICAS

O envelhecimento da população somado aos hábitos ruins são alguns fatores que contribuem para o aumento de doenças crônicas como o diabetes tipo 2 e a hipertensão. De acordo com o Atlas do Diabetes, publicação da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 6º país em incidência de diabetes no mundo.

Nos últimos 10 anos houve um aumento de 26,61% no número de pessoas com a doença no Brasil. A previsão da entidade é que em 2030, 643 milhões de brasileiros desenvolvam o diabetes tipo 2.

A hipertensão arterial é ainda mais preocupante: dados do Ministério da Saúde apontam que 24,5% da população brasileira sofre de pressão alta que também atinge cada vez mais pessoas jovens, incluindo crianças e adolescentes.

“Infelizmente o Brasil não incentiva a população a respeito de hábitos preventivos, como consultas de rotina, exames preventivos e adoção de um estilo de vida saudável. No que diz respeito à saúde ocular, o ideal é realizar um check oftalmológico anual. Para pessoas que apresentam fatores de risco, como o diabetes tipo 2 e a hipertensão, o acompanhamento com um oftalmologista se mostra ainda mais importante como apontou esse estudo”, finaliza Maria Beatriz.

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