Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 16:52
O surgimento da candidíase genital, provocada pela proliferação do fungo Candida albicans, está diretamente relacionado aos hábitos diários de cada um. E os riscos de desenvolvimento desta condição no período do verão aumentam, especialmente entre as mulheres. >
E engana-se quem pensa que o problema está apenas no fato de o calor e umidade existentes nessa época do ano facilitarem a proliferação do fungo. Fugir da rotina alimentar, exagerar no álcool ou até aumentar os níveis de estresse também podem ser fatores que, juntos, abrem as portas para a candidíase. >
“A alta ingestão de alimentos e bebidas ricos em açúcar, carboidratos, bebidas alcóolicas, a qualidade do sono, o nível de estresse e o controle das comorbidades são situações que as pessoas devem ter atenção. Além do aumento da temperatura e umidade, que favorece o desenvolvimento dos fungos e bactérias, o recesso escolar e do trabalho motiva as pessoas a consumirem alimentos com muito açúcar e farinha refinada. Tudo isso favorece uma mudança no organismo e o desenvolvimento da candidíase”, explica Theresa Leo, ginecologista da Unimed Vitória. >
Usar trajes de banho úmidos por muito tempo, fazendo a combinação de calor e humidade, provoca a proliferação do fungo. “Principalmente quando as pessoas frequentam balneários e piscinas, pois tradicionalmente usam roupas que abafam a circulação de ar”, diz a médica. >
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A ginecologista esclarece que a cândida vive no organismo, colonizando a pele, a mucosa bocal e a área íntima. Já a candidíase se manifesta quando há um desequilíbrio entre o fungo e o sistema imunológico. A situação pode se estender por meses caso os pacientes não procurem tratamento. >
“Os sintomas mais comuns de candidíase são irritação, coceira, secreção, ardência, queimação e, às vezes, a região afetada pode ficar inchada e avermelhada. Em algumas situações os sinais do quadro podem causar confusão com uma infecção urinária, mas após fazer o exame ginecológico, a pessoa descobre que é uma candidíase”, diz a médica. >
Theresa Leo pontua que o desenvolvimento desta condição deve ser encarado como um alerta para que mudanças no estilo de vida sejam feitas. “Já houve casos de mulheres grávidas que não trataram a candidíase e tiveram perdas na gravidez, ou seja, nesses casos os bebês já nasceram com a infecção pela candidíase. Pessoas em tratamento com quimioterapia e idosos também podem ter infecções fúngicas, ficando propensas ao mesmo risco. A condição do fungo pode ser somente uma alteração da qualidade de vida, quando é um episódio agudo isolado, mas se não for tratada pode evoluir para uma situação muito grave”.>
O tratamento tem o objetivo de enfraquecer o fungo. Quando há o desequilíbrio no organismo, o paciente deve fazer o uso de antifúngico (pode ser em comprimido, cápsula, creme ou spray). Mas, se os fatores que fazem esse fungo aparecer não forem controlados, novos episódios vão acontecer. >
“Quem tem uma vida noturna devido ao trabalho, por exemplo, tem uma predisposição maior para desenvolver candidíase, pois o sono reduzido interfere no organismo como um todo, agindo sobre o metabolismo e no sistema imunológico. Por isso, além do tratamento farmacológico, o paciente deve mudar hábitos do dia a dia”. >
Segundo a especialista, métodos populares de tratamento, como banho de assento com bicabornato e uso de óleo de coco e de iogurte podem trazer alívio dos sintomas, mas não servem como tratamento. “O óleo de coco, em especial, tem duas substâncias, ácido láurico e ácido caprílico, que diminuem a aderência do fungo nas paredes da região íntima. Mas não existem estudos robustos para que possamos afirmar que ele sirva como tratamento”. >
Para a médica, cuidar da saúde intima é muito mais do que simplesmente tomar uma cápsula ou usar um creme. "É ter atenção para a saúde de forma integrativa, olhando para o emocional, alimentação e para a qualidade do sono. É olhar e analisar como está a vida pessoal. Assim, é possível ter certeza de que cada um terá uma boa condição de saúde”. >
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