As atividades diárias que ajudam a prevenir demências em idosos

Um novo estudo realizado na Monash University em Melbourne, na Austrália, revelou que algumas atividades criativas e intelectuais podem ajudar a evitar demências em idosos

Idoso com quebra-cabeça

Fazer quebra-cabeças é uma das atividades indicadas. Crédito: Shutterstock

Exercitar o corpo e a mente é um dos pilares da boa saúde. Um novo estudo realizado na Monash University em Melbourne, na Austrália, revelou que algumas atividades criativas e intelectuais também podem ajudar a evitar demências em idosos. Entre as atividades relatadas no estudo estão: o uso de computador, escrever cartas, fazer quebra-cabeças ou palavras cruzadas, e até mesmo manter um diário.

Mais de 10 mil indivíduos foram analisados no estudo e os cientistas descobriram que os idosos que participaram de atividades de alfabetização apresentaram 11% menos chances de desenvolverem uma demência num período de 10 anos. Atividades mentais, como fazer quebra-cabeças e palavras cruzadas, estavam associadas a uma redução de 9% no risco de demência. Já práticas criativas como carpintaria ou pintura levam a um risco 7% menor dessas doenças.

A demência é um grupo de sintomas e comportamentos que vão definir uma doença. "As demências são divididas em primárias e secundárias. As primárias são aquelas que têm como causa os distúrbios cerebrais, e as secundárias são causadas por outros distúrbios, como a deficiência de vitamina B12, por exemplo, ou o abuso crônico de álcool. A demência ocorre devido a uma falta de comunicação entre os neurônios, gerando essas alterações da cognição", explica o médico geriatra Gustavo Genelhu.

A doença inclui sintomas que afetam a memória, o pensamento e as habilidades sociais de uma pessoa a ponto de dificultar a realização de atividades diárias normais. "Dependendo do tipo da demência, a memória pode ser mais prejudicada, ou as habilidades comportamentais. Em outras, os distúrbios motores aparecem antes dos cognitivos, a depender da causa da demência", conta Gustavo Genelhu.

"A demência mais comum é o Alzheimer, uma demência primária, que não tem uma causa específica. Cerca de 80% das demências é causada pelo Alzheimer, segundo estudos.

Em seguida, temos as demências vasculares e depois outras demências primárias, as frontotemporais"

"A demência mais comum é o Alzheimer, uma demência primária, que não tem uma causa específica. Cerca de 80% das demências é causada pelo Alzheimer, segundo estudos. Em seguida, temos as demências vasculares e depois outras demências primárias, as frontotemporais"

Gustavo Genelhu

Além das atividades diárias, alguns alimentos e dietas também podem oferecer benefícios reais para um cérebro em processo de envelhecimento. O médico conta que alguns tipos de alimentos podem proteger mais o cérebro, principalmente quando se refere às demências vasculares, causadas por alterações macro ou microvascular. "Uma alimentação saudável rica em legumes, frutas e verduras, e pobre em gordura, vai proteger as artérias, combatendo colesterol, hipertensão arterial, diabetes e acaba também prevenindo esse tipo de demência", diz Gustavo Genelhu.

MENTE EM MOVIMENTO

Gustavo Genelhu explica que uma mente em movimento também contribui para evitar problemas emocionais, como depressão e ansiedade. “Uma mente ativa e ocupada com atividades criativas, que estimulam o raciocínio, é fundamental, principalmente, na terceira idade. Familiares e cuidadores precisam ficar atentos a estas necessidades para que o idoso não passe o dia todo sozinho e ocioso”. 

O geriatra acrescentou que a atividade física também é importante. “Quando fazemos exercícios, mesmo que leves, o organismo libera hormônios do bem-estar que ajudam a combater a depressão e aquela sensação de angústia, muito comuns em idosos, além de doenças do corpo. E quando praticam atividades físicas e intelectuais, esses pacientes desfrutam de mais qualidade de vida e alegria de viver, pois se sentem capazes e importantes”, destaca Genelhu.

O médico explica que ainda não há nenhuma medicação que modifique a evolução da doença, ou seja, que traga a cura ou interrompa a evolução. "O que temos hoje são medicamentos que irão controlar os sintomas, como os inibidores da acetilcolinesterase e os inibidores bloqueadores dos receptores NMDA. Como esses medicamentos ajudam a controlar sintomas, o paciente pode melhorar alguma habilidade, um distúrbio de comportamento ou a qualidade do sono", diz Gustavo Genelhu. 

Existem ainda os tratamentos não medicamentosos, como fisioterapia, terapia ocupacional, musicoterapia, psicoterapia, que também ajudam a melhorar sintomas e a qualidade de vida dos pacientes e também de suas famílias.

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