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10 sintomas iniciais da Doença de Parkinson; saiba como é o tratamento

O Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns em todo o mundo, afetando cerca de 1% da população com mais de 60 anos

Publicado em 11 de abril de 2023 às 11:02

Doença de Parkinson
Os tremores e a rigidez dos movimentos são sinais da Doença de Parkinson Crédito: Shutterstock

A Doença de Parkinson é uma doença neurológica, crônica e progressiva, sem causa conhecida, que atinge o sistema nervoso central e compromete os movimentos. No dia 11 de abril,  é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, data criada em 1998 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo aumentar a conscientização sobre a doença e as dificuldades enfrentadas por pessoas que vivem com a doença, suas famílias e cuidadores.

Érica Tardelli, presidente da Associação Brasil Parkinson, diz que o Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva, infelizmente, até o momento, incurável. "A maioria dos casos de doença de Parkinson são sem causa definida, são chamados de idiopáticos, ou seja, a gente não sabe exatamente o que causou. Uma pequena parcela, cerca de 10 a 15% dos casos são relacionados a genes. Cerca de 20 genes já foram relacionados a doença de Parkinson, mas isso é a minoria das pessoas. A maioria não tem nenhum gene relacionado". 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 55 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema. "Pessoas com Parkinson relatam ter vivenciado sintomas motores e não motores anos antes do aparecimento dos sintomas clássicos. No geral, podem aparecer até 15 anos antes da manifestação do Parkinson", diz Érica Tardelli. Por isso, é fundamental ficar atento aos sinais. 

10 SINAIS DA DOENÇA 

Os sintomas do Parkinson podem variar de acordo com o caso e com o estágio da doença, no entanto, os seguintes sintomas motores e não motores são:

  1. Tremores

  2. Lentidão para realizar os movimentos

  3. Dificuldade para manter a postura

  4. Redução do equilíbrio

  5. Diminuição da letra

  6. Postura curvada

  7. Perda do olfato

  8. Problemas para dormir

  9. Constipação (intestino preso)

  10. Dificuldade para falar e engolir

Érica Tardelli explica que a doença de Parkinson se deve a uma degeneração numa região do cérebro chamada de 'núcleos da base' ou 'gânglios da base'. "Esses gânglios da base são 5, mais especificamente na substância negra. Há uma perda da produção de um neurotransmissor que se chama dopamina. A dopamina é o maestro dos movimentos automáticos. Então, andar, falar, abotoar, amarrar o sapato, o equilíbrio... são todos os movimentos automáticos que nós não precisamos pensar depois que os aprendemos. Não precisamos pensar para fazê-los. Com a doença de Parkinson, nós perdemos essa capacidade".

DIAGNÓSTICO

O médico geriatra Roni Chaim Mukamal, da MedSênior, diz que identificar os sintomas e procurar avaliação médica é fundamental para o bom resultado do tratamento. “O médico terá condições de apoiar paciente e família neste processo de diagnóstico, tanto iniciando o tratamento quanto descartando uma suspeita indevida da doença”, afirma.

As causas exatas do desenvolvimento da doença de Parkinson ainda não são totalmente conhecidas, mas já se entende que a condição surge devido à degeneração gradual de regiões do cérebro principalmente relacionadas à coordenação dos movimentos. As causas associadas ao Parkinson podem ser ambientais, genéticas e relacionadas ao processo de envelhecimento. 

"Pesquisas apontam ainda que o contato com algumas substâncias, como solventes orgânicos e pesticidas, pode aumentar o risco de manifestação da doença. As questões genética e do envelhecimento - ligadas, por exemplo, à disfunção de proteínas – podem se associar, é claro, favorecendo o surgimento da doença"

O neurocirurgião especializado em Parkinson, Bruno Burjaili, explica que o diagnóstico da doença pode ser difícil nas fases iniciais da doença, até porque alguns sintomas são sutis, e não se manifestam nos movimentos. "Existe também essa ideia geral de que apenas os tremores seriam importantes, o que não é verdade, as pessoas procuram ajuda quando eles começam a prejudicar a sua autonomia de forma mais acentuada, ou quando ficam com medo de consequências maiores". 

O médico diz como ocorre o diagnóstico. “Para diagnosticar a doença, utilizamos uma história clínica detalhada e fazemos o exame físico especializado (hoje em dia, até por vídeo é possível): tremor quando o paciente está em repouso, agilidade dos movimentos, rigidez nos membros, aspectos da caminhada, equilíbrio, entre outros.  Exames de imagem não dão o diagnóstico e devem ser solicitados apenas em situações excepcionais”, diz Bruno Burjaili. 

TRATAMENTO

O tratamento da doença é definido pelo profissional com base no caso de cada paciente, da progressão da doença, grau dos sintomas e diversos outros fatores, os medicamentos são fundamentais e podem mudar drasticamente o dia a dia de quem está passando por isso.

Além dos medicamentos, são importantes métodos da Fisioterapia e Terapia Ocupacional, como Fonoterapia, exercícios orientados pela Educação Física, entre outros, conforme a demanda individual. A cirurgia de marca-passo cerebral é uma opção que pode ajudar muitos pacientes. 

“A Estimulação Cerebral Profunda, mais conhecida como marca-passo cerebral, ou por sua sigla em inglês, ‘DBS’, é um tratamento que pode ter grandes resultados para pacientes com Parkinson. A cirurgia é feita por meio do implante de eletrodos com em determinadas áreas do cérebro, permitindo a realização de uma estimulação elétrica controlada que consegue modular o funcionamento destas regiões, permitindo uma redução significativa dos tremores, da lentidão, da rigidez, de movimentos involuntários, e melhorando a qualidade de vida do paciente” explica Bruno Burjaili.

Érica Tardelli diz que, até o momento, não existe um exame para detecção precoce da doença de Parkinson. "O exercício físico, de moderado a intenso, bem orientado, pode ser efetivo para diminuir a velocidade de evolução da doença. A evolução é inevitável. Mas é importante que o paciente comece a atividade física desde o início para que ele possa garantir que a evolução da doença seja a mais lenta possível", finaliza.

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