Saiba quais são as novas polêmicas do Globo de Ouro, que agora é privatizado

Jornalistas estrangeiros radicados em Hollywood não regem mais o prêmio, que internamente segue com conflitos de interesse

A atriz Julia Garner posa com seu Globo de Ouro por Melhor Atriz Coadjuvante em uma Série Televisiva, na 80ª edição do prêmio, em janeiro de 2023

A atriz Julia Garner posa com seu Globo de Ouro por Melhor Atriz Coadjuvante em uma Série Televisiva, na 80ª edição do prêmio, em janeiro de 2023. Crédito: Reuters/Folhapress

Após virem a público suas faltas de diversidade e transparência, o Globo de Ouro, até poucos anos atrás uma das premiações mais badaladas do cinema e da televisão, desmoronou. E o drama continua.

A Hollywood Foreign Press Association (HFPA), associação sem fins lucrativos de jornalistas estrangeiros em Los Angeles que por 80 anos conduziu o prêmio, foi adquirida por duas grandes empresas por valores não divulgados.

Uma é a Eldridge Industries, holding do bilionário Todd Boehly, dono do time de futebol Chelsea.

A outra é a Dick Clark Productions, por sua vez dona Penske Media, produtora de mídia conhecida por ser dona de veículos de jornalismo especializados em entretenimento, como as revistas Deadline, Rolling Stone, Variety, Billboard e The Hollywood Reporter.

O dinheiro das vendas será da Golden Globes Foundation, a fundação que dará continuidade às iniciativas filantrópicas da HFPA. Apenas nas últimas três décadas, a filantropia da associação chegou a doar mais de US$ 50 milhões, ou R$ 239 mi.

Além disso, para todos os efeitos o Globo de Ouro agora é uma organização com fins lucrativos, visto que a cerimônia transmitida ao vivo pela televisão atrai grandes anunciantes.

Na prática, a relação da Dick Clark com o Globo de Ouro é conflitante, visto que a temporada de premiações envolve tradicionalmente os estúdios e distribuidoras anunciando em revistas e sites como esses dos quais a Dick Clark é dona por meio da Penske.

Além disso, para todos os efeitos o Globo de Ouro agora é uma organização com fins lucrativos, visto que a cerimônia transmitida ao vivo pela televisão atrai grande verba publicitária.

Outras mudanças implementadas recentemente são a remuneração dos quase 100 jornalistas que integravam o grupo de membros votantes.

Por cinco anos, eles terão o salário anual de US$ 75 mil, ou aproximadamente R$ 358 mil, e suas tarefas incluem assistir aos filmes e séries submetidos para apreciação, escrever artigos e reportagens para o site do Globo de Ouro e produzir materiais de divulgação.

Os jornalistas recém-agregados ao grupo votante também terão um salário, embora o valor e as atribuições dos cargos não tenham sido especificadas. Eles irão atuar para expandir a marca do Globo de Ouro.

Não está claro se esses jornalistas poderão ou não continuar a atuando como freelancers para veículos fora dos Estados Unidos.

Os jornalistas não radicados em Los Angeles que se tornaram membros votantes, por sua vez, não serão pagos.

A 81ª edição do Globo de Ouro está agendada para 7 de janeiro.

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