Publicado em 23 de junho de 2025 às 13:56
De batina, chapéu de vaqueiro e com um violão nas mãos, Alessandro Campos transformou a mistura de fé e música sertaneja em um negócio milionário. Conhecido como "padre sertanejo", ele deve embolsar R$ 975 mil por três shows nas festas de São João da Bahia.>
Nascido em 17 de fevereiro de 1982, em Guaratinguetá (SP), Campos descobriu a vocação sacerdotal ainda na infância. Segundo relato em seu site oficial, ele começou a celebrar missas imaginárias aos sete anos, usando suco de groselha e bolachas para simular os rituais religiosos.>
Aos 13 anos, foi encaminhado ao seminário e se formou em Teologia pela Faculdade de Teologia no Tabor, em Mogi das Cruzes. Entre os estudos, serviu ao Exército Brasileiro na Academia das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e foi ordenado padre em 2007, aos 24 anos.>
Sua trajetória religiosa inclui o trabalho como capelão do Colégio Militar de Brasília e atuação na Arquidiocese Militar até 2011. Foi nesse período que começou a incorporar a música sertaneja às missas, atraindo a atenção de militares e fiéis.>
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Após retornar à diocese de Mogi das Cruzes em 2014, Campos ampliou sua atuação para além das igrejas. Recebeu a autorização do bispo Dom Pedro Luiz Stringhini para realizar shows, além de apresentar programas de rádio e televisão.>
A mistura de música sertaneja, figurino de rodeio e mensagens religiosas levou o padre aos grandes palcos e à TV aberta. Ele já passou por emissoras como Rede Vida, TV Aparecida, Gazeta, Rede Século 21 e RedeTV.>
Nas redes sociais, o padre também consolidou sua imagem de artista popular. Com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, ele divulga shows, mensagens de fé e momentos do cotidiano.>
Campos se tornou autor de livros voltados ao público religioso e de autoajuda. Entre suas obras estão títulos como Família é tudo igual, só muda de endereço (2023), Não aguento mais (2021), Aceita que dói menos (2021), Quer ser feliz? Ame e perdoe (2016) e O segredo da felicidade (2013).>
Na música, o padre já lançou álbuns que misturam mensagens de fé com o ritmo sertanejo. A discografia inclui os CDs Fé na Estrada (2021), Deus Sempre Faz o Melhor (2018), Deus Nos Fez Para Sermos Felizes (2016), Quando Deus Quer, Ninguém Segura - Ao Vivo (2015), O Que É Que Eu Sou Sem Jesus? (2014) e O Homem Decepciona, Jesus Cristo Jamais (2012).>
A popularidade também trouxe críticas e polêmicas ao longo dos anos. Em 2018, o jornalista Ricardo Feltrin publicou relatos de telespectadores, ex-funcionários de emissoras e internautas que acusavam o padre de ostentação, maus-tratos a funcionários e ofensas a idosos durante programas de TV.>
As queixas incluíam uso de roupas justas, piadas de mau gosto e exibição de bens de alto valor, como carros importados, relógios e até helicópteros. Também houve relatos de consumidores insatisfeitos com produtos vendidos em seus programas.>
Na época, Alessandro Campos negou todas as acusações. Em entrevista ao jornalista, ele afirmou que "não fez voto de pobreza" e que suas atividades estão de acordo com as normas da Igreja Católica. Disse ainda que nunca ofendeu idosas e que as brincadeiras são bem recebidas por seu público.>
Padre foi contratado para três apresentações durante o São João da Bahia. Os shows acontecem nos dias 10, 14 e 21 de junho nas cidades de Campo Formoso, Itatim e Barreiras.>
O cachê total foi confirmado pelo Painel de Transparência dos Festejos Juninos nos Municípios do Estado da BA. Somados, os três contratos chegam a quase R$ 1 milhão.>
Ele será o padre com maior faturamento nas festas juninas do estado. Padre Fábio de Melo, também contratado, vai receber R$ 600 mil por dois shows. O maior cachê é o de Wesley Safadão, que receberá mais de R$ 3 milhões.>
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