Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 16:17
O cantor Wesley Safadão, a mulher dele, Thyane Dantas, a produtora Sabrina Tavares Brandão e uma servidora da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS) foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará pelos crimes de peculato e corrupção passiva privilegiada durante a vacinação contra a Covid-19.>
A denúncia foi protocolada no Poder Judiciário na manhã desta sexta (4), dois dias após o TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará) decidir pela liberação das investigações em curso pelo MP, paralisadas por força de um habeas corpus impetrado pelo cantor em novembro de 2021.>
Segundo o MP, o esquema contou com a participação de servidores efetivos e terceirizados da Secretaria de Saúde de Fortaleza, além de assessores e amigos do cantor.>
A reportagem entrou em contato com a assessoria do artista, que informou que a defesa entrará com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça).>
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Thyane Dantas recebeu a vacina contra a Covid-19 sem estar na faixa etária determinada pela Prefeitura de Fortaleza em julho. Ela também não estava cadastrada para receber a vacina, prática utilizada no município para regulamentar a vacinação.>
Na ocasião, a assessoria do casal afirmou que a dose de Thyane teria sido da "xepa", o que foi desmentido pela prefeitura.>
Após a constatação, o MPCE abriu investigação sobre a imunização de Safadão por suspeita de que o cantor teria mudado o local em que sua vacinação estava agendada com intuito de escolher o imunizante.>
Safadão e Sabrina estavam agendados para serem vacinados no dia 8 de julho no Centro de Eventos do Ceará, mas foram a outro posto de vacinação, o mesmo em que Thyane recebeu a vacina da Janssen.>
Ambos prestaram depoimentos sobre a suposta vacinação irregular na Delegacia de Combate à Corrupção, em Fortaleza. Assim como Sabrina Tavares, o casal foi indiciado em setembro segundo confirmação da SSP-CE (Secretaria de Segurança Pública do Ceará)>
Segundo as investigações do MP, a escolha de um local diferente do agendado para receber a vacina foi motivada por um interesse do cantor em receber a vacina da marca Janssen, aceita à época para ingresso nos Estados Unidos, onde Safadão faria uma turnê em novembro.>
Wesley procurou então por uma vacina amplamente aceita no exterior, em especial nos Estados Unidos e, para tanto, mobilizou servidores efetivos e terceirizados, além de assessores próximos para que fosse viabilizada a imunização dele com a vacina da Janssen. E, como se não bastasse, aproveitou para contribuir para o desvio de doses em favor da assessora e da esposa, que nem estava agendada para aquele dia, em razão de não possuir a idade exigida. denúncia do Ministério Público do Ceará>
Durante as investigações, foi oferecido um Acordo de Não Persecução Penal a Safadão, Thyane e Sabrina. O MPCE ofereceu a proposta de pagamento de prestação pecuniária de 360 salários mínimos (cerca de R$ 430 mil) para o cantor, 360 salários mínimos para Thyane e 25 salários mínimos (cerca de R$ 30 mil) para Sabrina. O valor seria designado para entidade pública ou privada com destinação social.>
A oferta não foi aceita pelos três. Para celebração do acordo, é necessária a confissão dos fatos.>
"Nesta quarta-feira (2), o Tribunal de justiça do Ceará (TJ-CE) decidiu trancar o inquérito na polícia civil do Ceará que apura possível vacinação irregular contra a Covid-19 do músico Wesley Safadão, de Thyane Dantas sua mulher e de Sabrina Tavares sua produtora. O Tribunal também suspendeu a tramitação de um procedimento investigatório criminal do Ministério Público do estado na investigação de suposto crime de infração de medida sanitária preventiva, prevista no artigo 268 do Código Penal.>
O Tribunal, no entanto, autorizou o MP cearense a prosseguir com a apuração da conduta dos servidores, com base no artigo 312 do Código Penal, que prevê o crime de peculato. O advogado Willer Tomaz, que representou Wesley Safadão no caso, afirmou que vai recorrer ao STJ.>
Em novembro de 2021, uma decisão liminar suspendeu a investigação criminal contra Safadão junto ao Ministério Público do Ceará até julgamento do mérito. À época, Tomaz emitiu nota afirmando que a acusação era completamente descabida e falaciosa, pois tenta incriminar um inocente por um fato que nem sequer configura crime.">
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