Publicado em 14 de junho de 2024 às 10:54
Após sofrer uma parada cardíaca e passar uma semana internado em um hospital de Botucatu (SP), morreu nesta quinta-feira (13), aos 68 anos, o cantor, instrumentista e arranjador Marco Antonio Gonçalves dos Santos, o Skowa, do Trio Mocotó e da banda Skowa e a Máfia, que fez sucesso na década de 1980.>
"Me ensinou a escutar música sem equalizar, me chamou para escutar os arranjos de metal que estava fazendo para o Skowa e a Máfia, me convidou para colocar uma guitarra na música Zumbi. Fica uma história de amizade, música e amor", escreveu o músico André Abujamra, um dos amigos que lamentou a morte do artista.>
Nascido na Vila Mariana, em São Paulo, Skowa cresceu na casa de uma madrinha no Jardim Europa. Era uma casa musical a madrinha estudava música erudita e era pianista.>
Skowa decidiu o próprio destino ao ouvir Jimmy Hendrix. "Resolvi que era aquilo que eu queria fazer. Aí arranjei um violão", contou em depoimento ao Museu da Pessoa.>
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O artista começou a tocar profissionalmente no meio da década de 1970 e foi um dos fundadores do Clube do Choro, em São Paulo. Montou o grupo de salsa Sossega Leão, tocou com o Premeditando o Breque, Itamar Assumpção, Gang 90 e as Absurdettes e Jorge Ben Jor.>
Ele liderou a Skowa e a Máfia entre 1987 e 1991. "Foi a minha primeira verdadeira cria, em todos os sentidos", afirmou ao Museu da Pessoa sobre a banda paulistana com influência da black music, som caribenho e samba.>
O grupo ficou conhecido nacionalmente com o hit "Atropelamento e Fuga", lançado em 1989. Fazia sucesso no Aeroanta e no Dama Xoc, casas noturnas que sediaram apresentações de artistas da cena alternativa paulistana.>
"A gente punha no Dama Xoc três mil pessoas sem ter disco", lembrou o músico no depoimento sobre sua trajetória.>
Skowa e a Máfia terminou, segundo o multiartista, por falta de experiência dos integrantes com o sucesso.>
"Perdi um amigo. Perdemos. Fica mais triste sem você, Skowa. Obrigada amigo. E que artista vibrante. Ensinando tanto sempre", despediu-se a atriz Marisa Orth, que fez parte do grupo Luni, outro sucesso da década de 1980, assim como o Mulheres Negras e outras bandas que faziam parte de um movimento artístico jovem e efervescente.>
"Maior respeito pelo amigo querido e grande artista de coração gigante. Certeza que onde ele estiver só deve ter amor, som e luz. Puxa vida, Skowa, aqui ficou mais besta", lamentou Taciana Barros, ex-Gang 90 e Absurdettes.>
O músico comandou programas na Rádio USP e foi ator de teatro e cinema. Estava no Trio Mocotó, banda histórica de samba-rock, desde 2003. Entrou no lugar de Fritz Escovão para compor o trio ao lado de João Parahyba e Nereu Gargalo.>
O grupo fez sua última apresentação, com essa formação, no Festival Sesc de Cultura Negra, no Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, no final do mês passado.>
"A diversidade tem que ser prática, tem que existir em todos os sentidos. É bom que essas discussões deixaram de ser discussões de nicho e passaram a ser uma discussão geral", afirmou Skowa sobre o tema do festival.>
Ele deixa um filho e muitos amigos.>
"Que descanse em paz e agite no paraíso", desejou o músico e podcaster Luiz Thunderbird.>
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