Diva do rock n' roll, Tina Turner morre aos 83 anos

A morte da cantora norte-americana foi confirmada por seu assessor nesta quarta-feira (24)

Tuna Turner durante evento da Armani, no Milão Fashion Week, em 2011

Tina Turner morreu nesta quarta (25), na Suíça. Causa ainda não foi divulgada à imprensa . Crédito: Reuters/Folhapress

Morreu nesta quarta-feira (24), a cantora Tina Turner, aos 83 anos. A morte foi confirmada por um assessor. A artista morreu em casa, na Suíça, depois de enfrentar uma doença ainda não especificada. Não se sabe a causa da morte.

A morte da cantora também foi confirmada em seu perfil no Instagram.

"É com grande tristeza que anunciamos a morte de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta", diz o post.

Turner ficou famosa no fim dos anos 1960, como vocalista da banda Ike & Tina Turner Revue, quando ganhou a alcunha de rainha do rock. Ela depois saiu em carreira solo e se tornar um dos grandes nomes da música pop no mundo.

Dona de hits como "What's Love Got To Do With it" e "The Best", ela vendeu mais de 180 milhões de álbuns ao redor do mundo. Turner também conquistou 12 prêmios Grammy ao longo dos anos.

Tina nasceu Anna Mae Bullock, em Brownsville, no Tenessee, em novembro de 1939. Abandonada pelo pai, junto com a irmã Alline, foi morar com a avó depois.

Na infância, ela cantou na igreja da cidade onde morava, e com 17 anos passou a integrar a banda de Ike Turner, que já fazia sucesso por conta própria, e com quem ela veio a se casar. Com o marido, a cantora formou uma das parcerias seminais do rock americano, que ainda vivia seus primórdios.

Em 1950, eles gravaram "A Fool in Love", música que marcou a chegada triunfal de Turner ao centro da banda de Ike. A estética ainda era muito ligada ao R&B e ao blues, mas a performance da cantora já era agressiva, com gritos e vocais rasgados.

Nos anos 1960 e 1970, a banda Ike & Tina Turner Revue ficou conhecida pelos hits de soul e rock, pelas baladas românticas e pelas performances incendiárias em cima do palco. Os álbuns "River Deep-Mountain High", de 1966, com a faixa-título, e "Workin’ Together", de 1970, com "Proud Mary", cover de Creedence Clearwater Revival, foram os maiores sucessos da trajetória do casal.

Para "River Deep-Mountain High", Ike e Tina contaram com a produção de Phil Spector, que atingiu na faixa o ápice de sua produção no estilo "parede de som". A música é um marco pela composição, interpretação e também pela técnica de gravação, que empilha camadas de harmonia e instrumentos diferentes.

RELAÇÃO DELICADA

Mas o casamento de Tina e Ike foi marcado por violência e controle desde o princípio. O músico deu a ela o nome artístico, o qual registrou como uma marca de sua propriedade. Caso a cantora deixasse a banda, ele poderia substituí-la e usar o nome.

Em suas autobiografias, Tina Turner deu detalhes dos abusos físicos e psicológicos que o marido praticava sobre ela. Além de bater na cantora, Ike tinha o costume de traí-la, praticar sexo violento e não consensual e de obrigá-la a cantar mesmo que a artista não estivesse se sentindo bem.

Tina Turner durante evento da Armani, no Milão Fashion Week, em 2011

Tina Turner sofreu todos os tipos de abusos físicos e psicológicos durante seu casamento com Ike Turner. Crédito: Reuters/Folhapress

No livro "Minha História de Amor", de 2018, Turner narra como Ike a fez mudar o nome artístico. "Primeiro, ele verbalmente abusivo. Depois, ele pegou um pedaço de madeira. Ike sabia o que estava fazendo. Se você toca guitarra, você nunca usa seus punhos numa briga. Ele usava a madeira para me bater na cabeça —sempre na cabeça."

Em 1968, ela chegou a tomar 50 pílulas de remédio para dormir, numa tentativa de suicídio em que chegou a ser hospitalizada. Na biografia, a cantora conta que Ike "usou meu nariz como saco de pancada tantas vezes que eu conseguia sentir o sangue correndo pela garganta quando cantava".

Em maio, a cantora virou tema de uma exposição no MIS, em São Paulo. A mostra reúne retratos de Turner batendo o cabelo feitas por fotógrafos emblemáticos como Bob Gruen, Lynn Goldsmith e Ian Dickson.

Para Lynn, o maior legado da cantora é ter se reinventado aos olhos do público. "É ter sofrido nas mãos de outras pessoas como ela sofreu e não perder seu senso de si, voltar e se colocar no mundo como performer, mãe e mulher."

Este vídeo pode te interessar

A Gazeta integra o

Saiba mais
Cultura Famosos Música
Viu algum erro?

Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível