Publicado em 4 de novembro de 2025 às 11:27
A série Tremembé, já disponível no Prime Video, adentra o "presídio dos famosos" para contar a história do que aconteceu quando alguns dos criminosos mais notórios do Brasil se encontraram atrás das grades. A produção, dividida em cinco episódios, é inspirada em dois livros do jornalista e escritor Ullisses Campbell, que investigou a fundo a rotina e as relações dentro do Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo. Mas, apesar do mergulho detalhado, nem tudo foi mostrado na série. >
Com base nas histórias reunidas no livro Tremembé - O Presídio dos Famosos (Matrix Editora), Campbell revela episódios curiosos e pouco conhecidos que marcaram o cotidiano da unidade, que já abrigou nomes como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá, Lindemberg Alves e Luiz Estevão. >
1. 'Cela dos Espíritos'>
Entre as celas femininas, um espaço ganhou fama por suas atividades espirituais. Conhecida como "Cela dos Espíritos", era conduzida por Luiza Motta, condenada por homicídio ao dirigir embriagada. >
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O grupo reunia detentas interessadas em buscar perdão através da mediunidade. Suzane von Richthofen, uma das presas mais conhecidas da unidade, teria inclusive recebido uma carta psicografada atribuída à mãe, expressando perdão e amor.>
2. A fuga pela escada de maracujá>
Uma das fugas mais inusitadas de Tremembé aconteceu em 2007, quando a estelionatária Dominique Cristina Scharf, apelidada de "Dama do Cárcere", conseguiu escalar a muralha de seis metros usando uma plantação de maracujazeiros que se entrelaçava aos caibros. >
Mesmo após quebrar uma perna e um braço durante a fuga, ela conseguiu alcançar o outro lado e escapar, ainda que por pouco tempo.>
3. Concurso de beleza>
O presídio também já foi palco de um concurso anual de beleza, o "Miss Primavera", promovido pela Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo. >
Conhecido entre as internas como "Miss Xilindró", o evento premiava categorias como Simpatia, Plus Size e Garota Revelação. Também havia a categoria Mister Tremembé, destinada a homens trans custodiados em presídios femininos e a mulheres de expressão masculina. Em 2014, Sandra Ruiz, a "Sandrão", sequestradora que se envolveu com Elize Matsunaga e Suzane, conquistou o título.>
4. Tráfico dentro do presídio>
Mesmo sob regime semiaberto, alguns detentos encontraram maneiras criativas - e ilegais - de lucrar. Segundo o livro, presos abriram uma passagem secreta no forro de um galpão para comercializar crack. >
As pedras, compradas fora por R$ 10, eram revendidas a R$ 50 dentro da unidade. O esquema só foi desmantelado após a denúncia de um dependente que ficou sem crédito com os "traficantes" internos.>
5. 'Café Literário'>
Nem todas as histórias de Tremembé envolvem crime ou escândalo. Condenado por homicídio e estelionato, Gil Rugai criou o "Café Literário", projeto voltado à leitura e ao debate entre presos. >
A iniciativa aproximava internos de diferentes pavilhões e incentivava discussões sobre clássicos como A Divina Comédia, de Dante Alighieri, Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, e Saber Viver, de Cora Coralina. A proposta foi elogiada por seu potencial de ressocialização e chegou a inspirar atividades semelhantes em outras unidades.>
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