Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 12:41
Pontal do Ipiranga, no litoral de Linhares, no Norte do Espírito Santo, é um balneário conhecido por suas belas praias. No entanto, além do mar e da areia, existem trilhas no local para quem gosta do contato com a natureza. >
Nesses caminhos, o visitante pode conhecer uma diversidade de vegetação e de espécies de animais, e ainda histórias e curiosidades sobre o povo que viveu e ainda vive na região. >
Ao andar por 500 metros, após sair da Trilha da Tartaruga, é possível encontrar uma restinga. Lá, existe uma fruta saborosa, o coquinho guriri. A bióloga e chefe do departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Aline Fernandes, apresentou essa delícia para nossa equipe.>
“O guriri é muito comum nessa área de restinga. Quando ele está bem amarelinho, você pode pegar os favos e chupar toda a parte amarela. Se tiver disposição, pode abrir e comer o coquinho que tem dentro”, disse a bióloga. >
>
Há também plantas como salsa da praia, ipomeia e cacto, e a especialista conta que essas espécies ajudam a evitar a erosão. >
O município atua para recuperar a vegetação de restinga onde a areia está mais exposta, cercando a área. "Estamos tentando evitar o deslocamento de pessoas de forma inadequada, o que dificulta o desenvolvimento dessas plantas", relatou Fernandes.>
Em outro local, fica a Trilha dos Anjos. Quem caminha por ela vê cruzes fincadas ao chão, e o motivo é a memória. Ali estão enterrados bebês que nasceram mortos ou morreram dias depois do nascimento. >
A dona de casa Antonia de Oliveira Silva, conhecida como dona Antonina, conta que o tio-avô dela foi o primeiro a ser sepultado nesse cemitério.>
“Era o filho da minha avó, a velha Januária. As crianças do Degredo eram enterradas aqui. Os adultos, na (praia de) Barra Seca. As mães que têm filhos mortos vêm aqui”, falou Antonina.>
Aline Fernandes relembra que quem morava na região tinha dificuldades de estrada e não havia um cemitério adequado. Então, essa era a forma de fazer o enterro de crianças. O primeiro registro de sepultamento é de 1915. >
Segundo a Prefeitura de Linhares, não há informação sobre quando aconteceu o último o enterro no local. Os sepultamentos aconteceram há muito tempo. >
Na época do feriado de Finados, os moradores acendem velas e limpam as cruzes, respeitando as histórias dos entes queridos.>
*Com informações de Cristian Miranda, da TV Gazeta Norte>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta