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Publicado em 29 de agosto de 2024 às 09:46
“Um compilado de coisas que me deixam atazanado”. Essa é a definição de Rodrigo Sant'Anna para seu novo espetáculo, o “Atazanado”, que chega a Vitória neste sábado (31), às 18h e às 20h, e domingo (1), às 17h e 19h, no Teatro Universitário, na Ufes. Na peça, o ator interpreta cinco personagens distintos, oferecendo uma visão satírica e cativante de situações do dia a dia. >
E antes mesmo de falar sobre o conteúdo da peça, primeiro é fundamental entender o conceito da obra. Afinal, Sant'Anna diz ser uma pessoa atazanada na vida. “Sou uma pessoa que não consegue parar, estou o tempo todo pensando em projetos. O ‘Atazado’ talvez seja um sinônimo de inquietações minhas”, completa.>
Para dar “vida” a essas inquietações, o artista mergulha na vida de uma mãe abastada que se vê tendo que cuidar dos filhos quando sua babá tira férias. Também encarna um carnavalesco desajeitado em busca desesperada de participantes para suas alas, uma mulher impaciente que vive no Google, além de um peru de Natal que volta do além irritado e vira encosto de quem o comeu na ceia.>
Eu sou uma pessoa atazanada, né. Quando ‘Valéria’ estava um estouro, super em alta, ao invés de aproveitar aquilo, estava pensando no próximo personagem. O ‘Atazanado’ talvez seja um sinônimo de inquietações na minha. É um compilado de coisas que me deixam atazanado no meu dia a dia.
Eu sou uma pessoa muito curiosa e observadora. Acho que muita coisa vem do que eu fico me perguntando no dia a dia mesmo. Por exemplo, eu amo carnaval e sempre fico curioso de onde vem os enredos. Ficava pensando na loucura que é construir aquilo, de dar nomes para as alas. Eu queria fazer um personagem que brincasse com isso. Também tem a mulher rica, que nesse curto espaço de tempo, vive um drama quando se vê tendo que cuidar dos filhos. É uma mensagem também para mães com condições melhores, que passam por essa situação.
Pois é, eu trouxe o meu pai e a minha mãe para a peça. E ela sempre acaba errando as falas dela, mas é tudo muito bom. Tem uma hora que a minha mãe diz que não vai durar muito. Só que ela chega a essa conclusão depois que se consultou em um site de buscas e não em um médico mesmo. A gente brinca muito com isso. Porque com a tecnologia, às vezes a gente acaba até sofrendo mais.
Acredito que sim. Todos os personagens abordam temas que eu percebi que estão em um consciente coletivo. Tipo excursões, que é uma coisa insuportável (risos). Também tem a história do mamão, que em casa ninguém come, mas no hotel todo mundo quer comer um mamãozinho. Além disso, cada personagem tem um momento que eu também conto trechos da minha vida, com coisas que falam de mim.
Eu sempre tive a sorte de ter personagens que ficaram na memória das pessoas. Por exemplo, ‘A Sogra Que Te Pariu’ teve duas temporadas e eu via as pessoas na rua comentando. E agora, o ‘Atazanado’ são pequenas coisas curiosas que eu fico pensando: ‘Meu Deus, por que isso? Pra que isso?' Basicamente são coisas do dia a dia.
A primeira vez que eu fui no ES foi muito marcante, tinha muita gente, fiquei bastante impactado. Acredito que o que eu mais carrego de Vitória é o carinho das pessoas mesmo. É uma cidade linda que me faz lembrar o Rio de Janeiro, tem uma característica similar. Me sinto acolhido, em casa no ES. Inclusive meu marido vai vir também para conhecer”.
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