Livros indígenas produzidos por professora do ES ganham destaque na Flip

A autora dos livros é professora Marina Miranda será destaque da Flipinha, evento destinado à literatura infanto-juvenil da Festa Literária Internacional de Paraty

Professora Marina Miranda será destaque da Flipinha, evento destinado à literatura infanto-juvenil da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip

Pprofessora Marina Miranda será destaque da Flipinha, evento destinado à literatura infanto-juvenil da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. Crédito: Alex Gouveia/Divulgação

A professora e escritora capixaba Marina Miranda é uma das atrações confirmadas da 19ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Marina é autora de livros infantis com narrativas voltadas para o universo indígena e que traz em suas obras conhecimentos da ancestralidade familiar, da convivência com os parentes e do trabalho com professores e crianças indígenas nas aldeias.

Neste ano, o evento terá formato virtual e acontecerá entre os dias 27 de novembro e 5 de dezembro. A autora vai integrar o evento Ciranda dos Autores da Flipinha, um programa educativo destinado aos jovens leitores.

A Flip abordará temas e literaturas originárias, que tratam de saberes e cultura de povos originários como indígenas e quilombolas. A programação vai dialogar com criadores, pensadores e conhecedores que têm se voltado para ancestralidades e demais modelos de organização social e visões diferentes do conhecimento.

Marina Miranda é professora na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e líder do Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão na Formação de Professores Indígenas (Prolind/UFES). A professora é autora dos livros infantis Juá e o piraque-açu do mar e Aranã e a cacimba.

A professora descreve a necessidade da literatura mergulhar em outras culturas, em especial no universo infantil, para que haja uma troca de experiências. "Eu escrevo para e com crianças indígenas. Precisamos ter uma escuta atenta a essas histórias que são ricas em mitos, em cores e texturas, mas principalmente em sentido e significado. É preciso entender e passar para as crianças que vivem nas cidades, e a literatura é uma ferramenta para isso, que nosso modo de vida não é o único", pontua.

Os povos indígenas carregam outros modos de viver, o 'bem viver indígena', que são alternativas para se pensar a vida em comunidade. As crianças indígenas são verdadeiros portadores de ensinamentos do que é viver em comunidade e harmonia

O cotidiano das crianças indígenas é destaque nas obras da autora, as quais também trazem muito da vivência da própria autoria no lecionar na aldeia. "Muito do que vivi, das minhas memórias, eu levo para as histórias. É o caso de Aranã e a Cacimba, em que a protagonista, a pequena indígena Aranã, entra em um poço profundo. Minha memória é da minha mãe me colocando no balde e descer com a gente até o fundo para recolher a água. Embora a experiência de Aranã seja diferente, as imagens são as mesmas", recorda.

19ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty

A Flip nasceu para promover em Paraty uma experiência de encontro permeada pelo conceito mais amplo de literatura – a ficção, desse modo, divide espaço e nutre-se da arquitetura, do design, do jornalismo, do urbanismo, da ciência, da educação, enfim, de tudo que estiver em livro.

Quem desejar assistir à Flip, pode acessar o canal no YouTube: youtube.com/user/flipfestaliteraria ou pela TV por assinatura, no Canal Arte 1.

A participação da professora Marina será no dia 27 de novembro, às 14h30, e pode ser assistida no canal da Flip no Youtube. Também estarão presente no evento personalidades como Djamila Ribeiro e Adriana Calcanhoto. Veja a programação completa do evento:

Programação

  • 27/11 - sábado
  • 16h MESA 1: Nhe’éry Jerá (Abertura)
  • Com Carlos Papá e Cristine Takuá
  • 18h MESA 2: Literatura e plantas
  • Com Stefano Mancuso e Evando Nascimento
  • Mediação: Prisca Agustoni
  • 28/11 - domingo
  • 16h MESA 3: Naturalismo e violência
  • Com Micheliny Verunschk e David Diop
  • Mediação: Milena Britto
  • 18h MESA 4: Folhas e verbos
  • Com Véronique Tadjo e Edimilson de Almeida Pereira
  • Mediação: Joselia Aguiar
  • 29/11 - segunda
  • 18h MESA 5: Plantas e cura
  • Com João Paulo Lima Barreto e Monica Gagliano
  • Mediação: Mônica Nogueira
  • 20h MESA 6: Em definição
  • 30/11- terça
  • 18h MESA 7: Zé Kleber: Micélios
  • Com Jorge Ferreira e Merlin Sheldrake
  • Mediação: Alice Worcman
  • 20h MESA 8: Tecnobotânicas
  • Com K Allado-McDowell e Giselle Beiguelman
  • Mediação: Ronaldo Lemos
  • 01/02 - quarta
  • 18h MESA 9: Fios de palavras
  • Com Leonardo Froés, Júlia de Carvalho Hansen e Cecilia Vicuña
  • Mediação: Ludmila Lis
  • 20h MESA 10: Utopia e distopia
  • Com Margaret Atwood e Antonio Nobre
  • Mediação: Anabela Mota Ribeiro
  • 02/12 - quinta
  • 18h MESA 11: Botânicas migrantes
  • Com Djaimilia Pereira de Almeida e Elif Shafak
  • Mediação: Mirna Queiroz
  • 20h MESA 12: Políticas vegetais
  • Com Kim Stanley Robinson e Eliane Brum
  • Mediação: Lucia Sá
  • 03/12 - sexta
  • 18h MESA 13: Em definição
  • 20h MESA 14: Vegetalize
  • Com Adriana Lisboa e Han Kang
  • Mediação: Guilherme Henrique
  • 04/12 - sábado
  • 16h MESA 15: Em definição
  • 18h MESA 16: Em busca do jardim
  • Com Alice Walker e Conceição Evaristo
  • Mediação: Djamila Ribeiro
  • 20h MESA 17: Ouvir o verde
  • Com Alejandro Zambra e Ana Martins Marques
  • Mediação: Rita Palmeira
  • 05/12 - domingo
  • 16h MESA 18: Metamorfoses
  • Com Emanuele Coccia e Adriana Calcanhotto
  • Mediação: Cecilia Cavalieri
  • 18h MESA 19: Cartografias para adiar o fim do mundo
  • Com Ailton Krenak e Muniz Sodré
  • Mediação: Vagner Amaro

Este vídeo pode te interessar

A Gazeta integra o

Saiba mais
Espírito Santo Literatura Literatura Capixaba UFES
Viu algum erro?

Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível