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Hotel do Bob Esponja, no México, mira brasileiros com piscina no quarto

Resort na Riviera Maia, ao sul de Cancún, tem personagens da Nickelodeon

Publicado em 22 de junho de 2022 às 11:23

Hotel do Bob Esponja, no México, mira brasileiros
Hotel do Bob Esponja, no México, mira brasileiros Crédito: Jacques Constantino/Folhapress

Com banho de slime e outras brincadeiras, Bob Esponja, seu amigo Patrick, Dora Aventureira e a Patrulha Canina dão as boas-vindas aos hóspedes do Nickelodeon Hotels & Resorts Riviera Maya.

A unidade mexicana do complexo temático (a outra está em Punta Cana, na República Dominicana), que estava em funcionamento desde agosto de 2021 sob esquema de soft opening (pré-abertura), foi oficialmente inaugurada no fim de março deste ano.

Situado entre Cancún e Playa del Carmen, na chamada Riviera Maia, no estado de Quintana Roo, o resort está a meia hora do aeroporto, em uma área de mangue. Segundo a Karisma, que opera o empreendimento, 85% do terreno foi preservado. "Não queremos virar uma nova Cancún", disse Marilyn Cairo, representante da rede americana.

O Nickelodeon funciona no sistema all inclusive (comida e bebidas alcoólicas à vontade), como boa parte da rede hoteleira do Caribe mexicano. São seis restaurantes, três bares e serviço de quarto 24 horas para dar conta dos 280 apartamentos, todos eles com piscina e com vista para o mar.

O complexo é dividido em três partes: 1) lobby principal; 2) parque aquático, que fica ao lado; e 3) edifício de apartamentos, a cerca de um quilômetro de distância e onde também está a maioria dos restaurantes e bares. Vans e carrinhos de golfe transportam os hóspedes —é mais fácil ver um lagarto no caminho do que um turista se deslocando a pé.

A dependência de transporte interno traz um certo incômodo, principalmente de segunda a quinta, quando o café da manhã é servido apenas no restaurante do lobby. Não há grande tempo de espera, mas ter de se deslocar é um "trabalho" que poderia ser dispensável para quem só quer relaxar.

A piscina do quarto, de borda infinita e um dos diferenciais do resort, não é exatamente privativa. O acesso a ela se dá por meio da sacada do apartamento, e o espaço é dividido com um par de suítes —no caso dos andares superiores. No térreo, os quartos dão de frente para a piscina maior, a principal do resort.

Sem grandes frescuras, os quartos são confortáveis e espaçosos. Almofadas e quadros do Bob Esponja e companhia traduzem a atmosfera de um complexo temático. Os dois banheiros facilitam a vida das famílias maiores.

(Este jornalista viajou com uma assistente, sua filha de nove anos, que fez bom uso da banheira e fugiu da piscina —que não é aquecida.)

Em um desafio à imagem estereotipada do Caribe, o mar não é convidativo ao banho —ao menos não era durante a visita da reportagem. Há muito sargaço (uma espécie de alga), e funcionários tentam inutilmente limpar a areia.

Nos restaurantes, frutos do mar, comida mexicana e, claro, muito hambúrguer, para atender à criançada e os americanos —às vezes a impressão é de se estar na Flórida. Os shows e as atrações no estilo Disney são majoritariamente em inglês. É possível agendar café da manhã com personagens.

Apesar da predominância americana entre os hóspedes, o Nickelodeon diz que os latino-americanos, principalmente os brasileiros —frequentadores assíduos de Cancún e redondezas—, são parte do público-alvo. Em 2019, último ano pré-pandemia, mais de 180 mil passaram pela região, segundo dados das autoridades regionais.

Certamente não será pelo bolso que os brasileiros serão convencidos a conhecer o resort. Pesquisa no site feita em maio não encontrou diárias para dois adultos e duas crianças por menos de US$ 1.100 (R$ 5.600).

O preço para americanos também está nas etiquetas das lojas de souvenir. Uma pelúcia do Bob Esponja sai por mais de R$ 200.

Para fazer valer a tarifa, é preciso aproveitar bem o que talvez seja o grande diferencial do resort: o parque aquático, que tem acesso liberado para todos os hóspedes —a entrada para adultos que não estão no Nickelodeon custa US$ 199 (cerca de R$ 1.000).

O Aqua Nick segue o padrão do gênero, com toboáguas (em um deles, de cápsula, se experimenta a sensação de quase queda livre quando uma portinhola abre sob seus pés) e rio com onda. Mesmo que não goste de escorregar, vale subir na plataforma de 70 metros de altura para uma vista de todo o complexo e o mar.

As crianças se divertem uma vez ao dia com uma chuva de slime (aqui, na verdade, não a meleca, mas um líquido verde).

No parque, bebidas e fast food também estão incluídos. Bangalôs (alguns até com TV) são pagos à parte.

A menos que você seja um grande entusiasta de resorts e não se importe em se limitar ao circuito aeroporto-hotel-aeroporto, vale se programar para conhecer as várias atrações naturais e históricas da região, como Isla Mujeres, a pirâmide de Chichén Itzá, a ilha de Cozumel e Tulum, com suas praias e sítio arqueológico maia, e cenotes (cavernas que abrigam rios subterrâneos). O hotel agenda passeios.

Atenção: certifique-se de que o traslado do aeroporto de Cancún esteja incluído em sua tarifa ou agende a van providenciada pelo hotel (US$ 43 por pessoa, ida e volta). A reportagem pagou por um táxi o equivalente a quase R$ 1.000 (preço oficial) pelo trecho de cerca de 30 quilômetros.

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