Com pinturas imaginativas, Raphael Bianco faz exposição em Vitória

Exposição  “Paisagens próximas vistas de longe” abre ao público na próxima quinta-feira (15). Obras refletem a relação do artista com caprichos de sua memória

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

Como parte da programação de comemoração de 18 anos, a galeria Matias Brotas, em Vitória, abre ao público na próxima quinta-feira (15), sua nova exposição individual “Paisagens próximas vistas de longe” com o capixaba Raphael Bianco e curadoria de Agnaldo Farias. As pinturas são, em sua maioria, inéditas, imaginativas.

“Eu sou do fazer. Quando começo a pintar, vou observando o que o trabalho mostra. Ao longo do tempo vi que a minha pintura é muito imaginativa. Ainda que remeta a memórias, não coloco referências fotográficas. Eu revisito a memória o tempo todo”, conta Rapahel.

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

As obras refletem a relação do artista com caprichos de sua memória, paisagens de seu passado e cenas por vezes banais do cotidiano que, através de sua pintura, resultam em imagens poéticas e misteriosas. Nesta exposição, Bianco transforma o ato de pintar em uma aventura cheia de desafios formais, convidando o público a "mergulhar" em pinturas que provocam o olhar, sobrepondo e embaralhando paisagens e objetos do cotidiano.

“Muitas dessas imagens são sobreposições. Uso o exemplo de quando você está vendo um filme em casa e tem um abajur aceso, essa luz traz uma percepção e estímulos diferentes. Eu percebo que o processo da memória é parecido, com pedaços que se sobrepõem. O conceito vem bastante em função dessa abordagem”, diz.

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

A incidência da luz é um dos elementos centrais da maioria das suas obras, seja gerando formas geométricas inesperadas ou distorcendo e interferindo nas paisagens e objetos a ela sujeitos. “Me inspirei muito na incidência da luz quando batia nas persianas do meu ateliê. Faço a tela com base nessa interferência”, pontua.

Essa luz, que interrompe e entra sem ser convidada, modifica a cena, transformando a experiência da observação. Seja a luz do Sol filtrada pelas persianas do ateliê ou um modesto ventilador de mesa aliviando o calor intenso do último verão, o olhar atento de Bianco incorpora com voracidade tais elementos às obras, promovendo um diálogo íntimo entre lembranças pessoais fragmentadas e as surpresas do acaso.

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

Nesta nova individual, como já havia feito na exposição Entrelinhas, de 2011, o artista retorna a inserir em muitas de suas telas lâminas espelhadas verticais que se projetam de suas superfícies planas, desafiando a percepção, interrompendo, ampliando ou embaralhando, desta vez, ao invés de apenas horizontes, imagens variadas, por vezes sobrepostas.

“Essa exposição reúne um pouco de toda minha trajetória. Minha primeira exposição na Matias foi em 2007, que fazia abordagem com formas geométricas com o rebatimento da luz. Em 2011, fiz uma série com lâminas espelhadas que projetavam as telas, que projetavam horizontes. E essa agora eu percebo uma convergência de todos os elementos que trabalhei ao longo do tempo. Sei que por isso, surgem novas possibilidades”, destaca.

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

O ARTISTA E CURADOR

O curador e crítico de arte Agnaldo Farias é professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e Curador Geral da 3ª Bienal de Coimbra. Foi Curador Geral do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, Curador Geral do Instituto Tomie Ohtake e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Raphael Bianco, após alguns anos seguindo carreira profissional no Direito, passando por São Paulo, Buenos Aires e Nova Iorque, decidiu dedicar-se exclusivamente a sua pesquisa artística. Autodidata, desenha e pinta desde a infância, explorando em suas obras temas que investigam o lugar do homem no mundo, com seus anseios, medos e desejos. Imagens desfocadas, paisagens fugidias que desafiam o olhar e a memória constituem o ponto central de seu interesse pictórico.

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco

Obra da exposição “Paisagens próximas vistas de longe”, de Rapahel Bianco. Crédito: Arquivo pessoal

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