Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 15:14
"Ainda Estou Aqui", filme de Walter Salles, fez história e se tornou o primeiro longa brasileiro a ser indicado a melhor filme, principal categoria do Oscar. A obra ainda concorre a melhor filme estrangeiro, enquanto Fernanda Torres disputará a estatueta de melhor atriz.>
Não, a indicação é inédita. Até então, o mais perto que o Brasil chegou de brigar por melhor filme foi ao coproduzir "O Beijo da Mulher Aranha", de Héctor Babenco, e "Me Chame pelo Seu Nome", de Luca Guadagnino, ambos indicados em edições anteriores.>
Foi em outras categorias que o país abriu caminho na principal premiação do cinema americano. Em 1945, "Rio de Janeiro", música de Ary Barroso, disputou o prêmio de melhor canção original mas em um filme americano, "Brazil", de Joseph Santley.>
"Orfeu Negro", de Marcel Camus, uma produção italiana, francesa e brasileira, era todo falado em português e estrelou os brasileiros Breno Mello, Léa Garcia e Marpessa Dawn, com trilha sonora de Tom Jobim e Luís Bonfá. O longa venceu a estatueta de melhor filme internacional em 1960, mas representando a França.>
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Nenhum filme ou artista brasileiro venceu o Oscar, nem na categoria de melhor filme estrangeiro.>
A estreia brasileira oficial no Oscar veio em 1963, com "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte, indicado a melhor filme estrangeiro. Em 1979, o país reapareceu na competição assinando a coprodução de "Raoni", documentário que contava a trajetória do cacique Raoni Metuktire. Três anos depois, "El Salvador: Another Vietnam", de Tetê Vasconcellos, voltou a concorrer na categoria.>
Em 1986, "O Beijo da Mulher Aranha", de Héctor Babenco e com coprodução brasileira, recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e diretor.>
Os anos 1990, conhecidos pela retomada do cinema brasileiro, foram os de maior visibilidade para o Brasil. "O Quatrilho", de Fábio Barreto, e "O Que é Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto e com Fernanda Torres, concorreram a melhor filme internacional em 1996 e 1998, respectivamente.>
Em 1999, "Central do Brasil", de Walter Salles, concorreu a melhor filme estrangeiro, mas também não venceu. Fernanda Montenegro, ainda, se tornou a primeira brasileira a ser indicada a melhor atriz na competição americana.>
A década de 2000 continuou profícua para o Brasil. Em 2001, "Uma História de Futebol", foi indicado a melhor curta-metragem e, em 2004, "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, concorreu a melhor diretor, roteiro, edição e fotografia. Em 2005, "Diários de Motocicleta", de Salles, com coprodução brasileira, venceu melhor canção original por "Al Otro Lado del Río".>
Antes de "Ainda Estou Aqui", as últimas participações do Brasil no Oscar foram em 2016, com a indicação da animação "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu, e em 2020, quando "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, concorreu a melhor documentário.>
Entre 2011 e 2018, o país assinou as coproduções de "Lixo Extraordinário" e "O Sal da Terra", indicados a melhor documentário, e "Me Chame Pelo Seu Nome", produzido por Rodrigo Teixeira, que também assina a produção de "Ainda Estou Aqui".>
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