Repórter / [email protected]
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 19:42
Após anos fechado, o centenário Theatro Carlos Gomes, na Praça Costa Pereira, em Vitória, vai reabrir suas portas ao público completamente restaurado. A reinauguração será sábado, dia 22, a partir das 16h, e contará com o show gratuito do cantor Silva, além de uma “surpresa para o público”, de acordo com o secretário de Cultura Fabrício Noronha. >
Inaugurado em 1927 e projetado pelo arquiteto autodidata André Carloni, o teatro é considerado um dos mais belos exemplares do ecletismo arquitetônico no Brasil. Agora, volta a receber grandes espetáculos, artistas e visitantes, combinando tecnologia de ponta com a recuperação de sua memória histórica.>
A intervenção foi coordenada pelo Instituto Modus Vivendi e pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com recursos do BNDES, da EDP e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O investimento chegou a R$ 20 milhões, garantindo a preservação do patrimônio e a adequação do edifício às necessidades culturais e de segurança do século XXI.>
Uma das descobertas mais significativas do restauro foi a cor camurça, tonalidade encontrada nas camadas mais antigas do edifício e considerada a cor original da inauguração, em 1927. A escolha foi confirmada após um minucioso estudo estratigráfico, conduzido pela restauradora Erika Kunkel em parceria com especialistas em história da arte. >
>
“Essa transformação devolve ao Estado o seu principal palco histórico, respeitando o passado e preparando o teatro para as futuras gerações”, afirmou a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel, que conduziu o restauro>
Outro destaque é o retorno dos douramentos e marmorizados que ornamentam o proscênio, que é a parte anterior do palco que se localiza junto à ribalta, os capitéis e os gradis dos camarotes. As folhagens estilizadas em ouro, típicas do ecletismo, que é um estilo que surgiu entre os séculos XIX e XX, caracterizado pela mistura de estilos históricos anteriores para criar uma nova linguagem arquitetônica, com influências neoclássicas, foram recuperadas seguindo técnicas históricas de pintura e velatura. >
“Também foram restauradas as colunas metálicas dos camarotes, originalmente pintadas para imitar mármore”, contou Erika Kunkel. A antiga bilheteria, um dos elementos históricos mais queridos pelos frequentadores, também foi restaurada e voltou a funcionar. >
Além de recuperar o passado, o projeto também preparou o teatro para as exigências dos grandes espetáculos. Todas as instalações elétricas, hidráulicas, de climatização e de segurança foram substituídas ou modernizadas. A obra incluiu: >
O mobiliário antigo, incluindo as cadeiras do camarote do Governador, foi restaurado e reintegrado ao ambiente original. >
O restauro da fachada resgatou adornos e esculturas históricas que representam o diálogo entre a arte e a simbologia espiritual. No topo do frontão está a figura do Deus Apolo, segurando duas liras, símbolo das artes. Ao lado dele, esculturas femininas com trombetas fazem referência às musas, registrando a união entre música, teatro e literatura. >
Logo abaixo, o busto do compositor Carlos Gomes, homenageado que dá nome ao teatro, também passou por restauro. Foram recuperadas ainda quatro esculturas de crianças com arranjos florais e ornamentos metálicos originais, incluindo o retorno das trombetas, elementos que haviam desaparecido ao longo das décadas.>
No centro do teto do teatro, o lustre de cristal pintado por Homero Massena foi restaurado e volta a ser um dos pontos de maior beleza do monumento.>
Para o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, o restauro marca um momento histórico: “O Teatro Carlos Gomes está pronto para apresentar aos capixabas e visitantes toda a riqueza de sua história. É um símbolo da nossa identidade e da força cultural do Espírito Santo.”>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta