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Arquidiocese de SP reage a filme com padre Julio Lancellotti que retrata santa como trans

Curta 'São Marino' foi gravado na Igreja Santa Marina, na zona leste de São Paulo

Publicado em 15 de setembro de 2022 às 16:42

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Padre Júlio Lancellotti  Crédito: Marlene Bergamo/Folhapress

A Arquidiocese de São Paulo emitiu uma nota em que critica o curta-metragem "São Marino", dirigido pela cineasta Leide Jacob, que trata santa Marina como uma figura LGBTQIA+. A produção, que ainda não tem data de estreia, terá o padre Júlio Lancellotti como narrador.

"A história dos santos católicos deve ser melhor conhecida, e não pode ser interpretada à luz de ideologias que em nada correspondem com o contexto em que viveram, tampouco com os valores e virtudes por eles testemunhados ao longo de suas vidas", afirma a circunscrição eclesiástica.

Como antecipado pela coluna, a produção abordará discussões contemporâneas ao contar a história de Marino, pessoa trans que teria vivido no Líbano no século seis e, após a sua morte, foi canonizada como santa.

A obra reúne em seu elenco Ariel Nobre, Daniel Veiga, Gabriel Lodi, Leo Moreira Sá, Omo Afefe e Rosa Caldeira —todos trans— e foi gravada na Igreja Santa Marina, na zona leste de São Paulo. Segundo a arquidiocese, porém, sua abordagem não é reconhecida pela Igreja Católica.

"Santa Marina era uma jovem órfã de mãe que, para continuar a viver com o pai, que decidiu ingressar em um mosteiro, disfarçou-se de monge e consagrou sua virgindade a Deus. No mosteiro, progrediu nas virtudes, na vida de oração, penitência e caridade", afirma a Arquidiocese de São Paulo em nota.

"Um grande exemplo de sua alma virtuosa é percebido quando a Santa foi falsamente acusada de ter engravidado uma jovem. Podendo defender-se, revelando que, na verdade, era uma mulher, ela silenciou, suportando a provação da calúnia e humilhações, unindo as aos sofrimentos de Cristo", segue.

O segredo em torno do gênero de santa Marina, afirma o texto, só foi descoberto após a sua morte.

O curta "São Marino" foi viabilizado por meio do ProAC (Programa de Ação Cultural), do Governo de São Paulo. Sua produção é assinada por Paula Pripas e pela Filmes de Abril. O roteiro é de Cesar Sandoval Moreira Jr., Fabiana Kelly e Leide Jacob. Bea Pomar fez a montagem do filme.

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