> >
Vitória e Vila Velha estão entre as cidades com mais moradores em prédios do país

Vitória e Vila Velha estão entre as cidades com mais moradores em prédios do país

Especialistas do setor explicam motivos que levaram as duas cidades a serem mais verticalizadas, com um percentual maior de pessoas morando em apartamentos

Publicado em 26 de março de 2024 às 10:56- Atualizado há um mês

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Vista geral do Bairro Praia do Canto, em Vitória
Vitória tem quase metade da população morando em apartamentos. (Ricardo Medeiros)

Você já notou que a cada dia surgem novos prédios na Grande Vitória e cada vez é mais raro encontrar uma casa nova para comprar? Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12% da população brasileira mora em apartamentos (em 2010, esse número era de 8,46%), enquanto a quantidade de residentes em casas caiu de 89,4%, em 2010, para 84,78%. No entanto, em duas cidades capixabas esses índices são bem maiores e elas aparecem entre as mais verticalizadas do país.

Vitória está em quarto lugar, com 45,4% de seus moradores vivendo em edifícios. A Capital fica atrás apenas de Santos (63,45%), Balneário Camboriú (57,22%) e São Caetano do Sul (50,77%). Já Vila Velha ocupa a 11ª posição, com 37,89% de sua população em apartamentos, índice mais alto, inclusive, que do Rio de Janeiro (36,03%) e de Belo Horizonte (34,96%).

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes, explica que isso acontece, principalmente em Vitória, por conta da escassez de terrenos. “Vitória é uma ilha, portanto, tem limitação geográfica. Não é possível empreendimentos horizontais, pois os terrenos são menores e muito valorizados”, avalia.

Outro fator, apontado pelo diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Leandro Lorenzon, é que grande parte do território da Capital é ocupado por um maciço rochoso, o que impede novas edificações nessa região.

“A consequência disso é uma verticalização intensa. O mercado imobiliário sempre olha a verticalização com bons olhos, pois um prédio é uma grande escala sobre o mesmo território urbano. Ou seja, você consegue ocupá-lo de forma mais eficiente e, consequentemente, o valor do imóvel da unidade fica mais acessível. Ou seja, adensando, você racionaliza melhor o investimento público”, analisa.

Vila Velha

Já Vila Velha, explica o presidente da Ademi-ES, mesmo sendo um município de grandes dimensões, comparado a Vitória, possui restrições do seu Plano Diretor Municipal (PDM) além de ter as suas áreas nobres mais verticalizadas.

“O mercado imobiliário vai aonde está a renda da população, adensando. Com isso, temos uma valorização de terrenos, que fazem com que os empreendimentos sejam verticalizados”, analisa.

Praia da Sereia, na Praia da Costa, em Vila Velha. Dia de sol e calor. Banhistas curtindo
Em Vila Velha, habitantes buscam morar mais próximos à praia. (Ricardo Medeiros)

Leandro Lorenzon concorda, acrescentando que o município canela-verde recebeu parte da migração da verticalização de Vitória, principalmente depois da inauguração da Terceira Ponte. “Isso potencializou muito a verticalização de Vila Velha, que é mais linear: ela nasce na Praia da Costa e vai seguindo pela linha litorânea, passando por Itaparica até o bairro Jockey”, analisa.

Ele complementa que a cidade tem se adensado para dentro do continente também, mas sempre seguindo a linha do oceano. “As pessoas sempre buscam morar próximo ao mar, pois é sinônimo de qualidade de vida e de lazer. Isso, sem contar que Vila Velha é uma alternativa a Vitória”, analisa.

Mobilidade urbana

Por outro lado, um maior adensamento significa mais pessoas morando em um mesmo espaço, o que se transforma em um desafio para o poder público, já que é preciso equilibrar o espaço com uma população maior e a qualidade de vida.

Segundo o secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, Luciano Forrechi, é preciso criar um equilíbrio de mobilidade urbana, com novos meios de transporte, e trabalhar as questões públicas do adensamento.

“Estamos pensando em Vitória a longo prazo. Atualmente, temos duas consultorias em andamento para pensar nessa cidade do futuro. Queremos colocar a cidade à disposição para pensar em transporte público com soluções e diálogo junto à comunidade”, analisa.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais