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Publicado em 7 de novembro de 2023 às 14:36
Mesmo em um ano de taxa de juros na casa dos dois dígitos, o mercado imobiliário do Espírito Santo dá mostras de seu equilíbrio. Dados do 41º Censo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do ES (Sinduscon-ES) apontam para a estabilidade do setor nos últimos seis meses, repetindo o comportamento de 2022. >
Com uma quantidade de unidades em construção que se mantém na faixa dos 13 mil a 14 mil, semestralmente. Ou seja, está havendo um equilíbrio na quantidade de unidades vendidas e lançadas. A expectativa para o próximo ano, no entanto, é que sejam ampliados os lançamentos no Estado. >
Para o vice-presidente do Sinduscon-ES, Leandro Lorenzon, o ano de 2023 tem sido de estabilidade, e não de crescimento. “Estamos em um ciclo de alta de juros, mas sinalizado pelo governo federal e pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de que isso deve começar a baixar. >
Acredito que o ponto de inflexão deve passar por aí. Caindo a taxa de juros, dá-se o aquecimento da economia e, consequentemente, isso se reflete no mercado imobiliário. Mas, até o final do ano, esta estabilidade deve continuar”, observa. >
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Por conta desse equilíbrio, o mercado também tem se tornado mais seletivo, acrescenta o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Eduardo Fontes. “Temos vendas menores do que há dois anos, mas saudáveis e equiparadas à quantidade de lançamentos, o que significa a redução dos estoques”, avalia. >
Ele também aponta a alta taxa de juros como uma espécie de “freio” que impede que o mercado acelere da mesma forma que em 2020 e 2021, quando os juros de financiamento chegaram à sua menor taxa histórica, com a Selic (taxa básica de juros da economia) na faixa dos 2%. >
Por conta disso, o comprador tem ficado mais exigente e racional. Uma pesquisa de tendências apresentada pelo DataZap, durante o Conecta Imobi 2023 – maior evento da América Latina para o setor –, mostra que a forma de encarar a compra do imóvel tem mudado desde a pandemia. Segundo a gerente de Insights e Pesquisas do Grupo OLX, Taiane Martins, os novos compradores são mais criteriosos. >
E a tendência é que esse nível de exigência continue a aumentar, principalmente por conta de mudanças indicadas na própria população após a divulgação do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Há uma tendência de estabilização populacional evidenciada no levantamento. Isso revela que teremos uma média de crescimento mais amena, influenciando o mercado imobiliário também”, complementa. >
Expectativa para 2024 é de novos empreendimentos em todos os segmentos. Segundo o presidente da Ademi-ES, Eduardo Fontes, 2024 deve registrar uma alta de lançamentos de empreendimentos de todos os segmentos por conta do aquecimento da economia e da redução da taxa de juros. Ele complementa que há muitos projetos em aprovação em bairros de Vitória, como Jardim Camburi, Mata da Praia, Bento Ferreira e Enseada do Suá.>
“As expectativas estão em alta, pois o ano que vem será muito bom para o mercado imobiliário. Mesmo com a Selic na casa dos dois dígitos, os bancos têm mantido taxas de financiamento atrativas”, comenta.>
Por outro lado, os preços dos imóveis não devem cair; pelo contrário, os valores tendem a continuar subindo por conta da valorização, principalmente na Grande Vitória, que tem se destacado no mercado imobiliário nacional, com Vila Velha e a Capital. >
“A quem está se preparando para adquirir um imóvel, aconselho a não esperar o próximo ano, pois a tendência é de uma nova onda de lançamentos, mas com preços reajustados, ou seja, mais altos”, orienta. >
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula, também reforça as expectativas positivas para o próximo ano, destacando o crescimento contínuo do setor, impulsionado pelo aumento da demanda por imóveis residenciais e comerciais. >
“Com o crescimento econômico, espera-se um aumento na demanda por imóveis comerciais. Escritórios, espaços de coworking, galpões logísticos e centros comerciais podem atrair investidores e empresas que buscam ampliar suas operações”, aponta. >
Ele complementa que há uma expectativa de aumento nos investimentos estrangeiros no mercado imobiliário, na medida em que os investidores vêm buscando oportunidades em países com a economia em crescimento e estabilidade política. “Isso pode impulsionar os preços dos imóveis e aumentar a competição no setor, pois o mercado imobiliário sempre demonstrou ser seguro e rentável”, complementa. >
Diante da previsão do setor de ampliar os lançamentos no próximo ano, um segmento que deve se destacar é o econômico, alavancado pelas mudanças recentes do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). >
“O Minha Casa, Minha Vida recebeu toda uma reconfiguração que viabiliza novos empreendimentos. Até o final do ano, devemos ter mais lançamentos, assim como no próximo ano. Há uma intenção muito grande do governo federal em apoiar o programa, e isso é muito favorável ao setor”, afirma o vice-presidente do Sinduscon-ES, Leandro Lorenzon. >
Já o outro lado da moeda, o de luxo, deve manter seu crescimento, mas em uma velocidade menor do que a vista nos últimos anos.>
“Houve uma janela muito forte desse mercado no pós-pandemia, mas nenhum ciclo é eterno. Haverá um momento de equilíbrio entre oferta e demanda. Já houve uma redução expressiva dos lançamentos para que se ajustem à curva de oferta. Então, esse segmento deve entrar em um período de estabilidade”, acrescenta >
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