Publicado em 17 de maio de 2023 às 14:28
De acordo com um relatório realizado pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, foi registrado um aumento no número de casos de homofobia no ano de 2022. Foram 74 casos durante o período, o que representa um aumento de 76% em relação a 2021, que registrou 42 casos ao todo. >
Os episódios que constam na estatística vão de xingamentos dentro de campo e cânticos das torcidas até comentários ofensivos. Um caso famoso ocorreu em 22 de maio, durante o jogo entre Independente e Santos, pelo Campeonato Amapaense. Na oportunidade, o presidente de honra do Santos, Luciano Marba, foi alvo de cânticos homofóbicos da torcida adversária, fato que o árbitro não relatou na súmula. Em defesa de seu dirigente, o clube enviou ofício ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amapá, que levou o caso a julgamento.>
Dias depois, o Independente acabou condenado: multa de R$ 3 mil, dois jogos privados da presença de sua torcida, sendo uma perda de um mando de campo e outra torcida única para o mandante. Além disso, o tribunal local suspendeu os árbitros e assistentes por 30 dias, por não relatarem o incidente na súmula.>
A CBF é parceira do Coletivo desde o ano passado. A luta contra a discriminação no futebol é uma das pautas da gestão do Presidente Ednaldo Rodrigues, eleito em 2022. A confederação foi a primeira a adotar no Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punir esportivamente um clube em casos de descriminação. >
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"O trabalho mostra uma triste realidade, que estamos lutando para acabar no futebol. A CBF vai sempre combater os preconceitos e trabalhar para que o futebol seja um lugar de inclusão", afirmou o Presidente da CBF, que é o primeiro negro e nordestino a comandar a entidade.>
O estudo do Canarinhos LGBTQ+ não se resume a apontar casos de homofobia. O relatório também fala sobre o trabalho feito pelo Coletivo até agora na tentativa de dialogar com órgãos e entidades do futebol e de atuação sobre o esporte, como CBF, STJD e Ministério Público.>
“Estamos avançando e o apoio do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem sido fundamental. Há nitidamente uma nova lógica de pensar o futebol e a forma com que ele se relaciona com a sociedade. Um passo importante que precisa ser dado é a construção de um protocolo que padronize e oriente de forma direta como todos os árbitros do Brasil devem agir diante de cada situação de discriminação. Há árbitros que paralisam as partidas por causa de cânticos homofóbicos, mas não registram o caso em súmula e isso prejudica ações no STJD”, comentou Onã Rudá.>
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