Publicado em 1 de julho de 2022 às 09:16
A geração que está na casa dos 20 anos não viu o Brasil ser campeão mundial em 2002. >
Kaká estava exatamente nessa faixa etária quando ajudou a seleção a conquistar o penta como caçula do elenco comandado por Luiz Felipe Scolari, na Coreia do Sul e no Japão. Duas décadas depois daquele feito, penduradas as chuteiras em 2017, o ex-atleta se mantém ligado ao futebol. Hoje, gosta de se definir como um estudioso do esporte.>
"Eu queria aprender outras áreas, como gestão, marketing e finanças. Então, passei a fazer vários cursos", disse à reportagem, em evento em São Paulo no qual se apresentou como embaixador da Rise Academy, um instituto de futebol para crianças de 5 a 13 anos.>
Ao falar do projeto, o ex-meia destacou que buscava algo para unir o esporte à formação de crianças. "Como pai, eu acredito que esse é o caminho para formarmos uma geração vencedora.">
>
Como jogador, ele já pensava assim. Dos técnicos com os quais trabalhou ao longo de sua carreira, gosta de destacar o período ao lado de Carlo Ancelotti, 63, atualmente à frente do Real Madrid.>
O italiano foi seu primeiro treinador na Europa, em 2003, quando trocou o São Paulo pelo Milan. Sob a direção do italiano o brasileiro viveu o auge da carreira e foi eleito o melhor do mundo em 2007, além de ter colecionado títulos como o da Liga dos Campeões e o do Mundial de Clubes.>
Para o ex-atleta, o que separa Ancelotti dos demais técnicos é sua capacidade de gestão. "Ele é muito bom tecnicamente e taticamente, mas o diferencial é a forma como ele lida com as pessoas", afirma. "A maior dificuldade do futebol é fazer um elenco com 30 jogadores, com diferentes interesses, convergir para um interesse maior. E o Ancelotti sabe fazer isso.">
Kaká faz parte de uma extensa lista de jogadores lapidados nas mãos do italiano. Além dele, há vários brasileiros nesse grupo, incluindo nomes que estarão na próxima Copa, como o volante Casemiro e o atacante Vinicius Junior. >
São pessoas que, para Kaká, terão uma preparação diferenciada para o Mundial. "Eles poderão chegar à Copa muito mais confiantes. A gente já vê isso, mesmo com o Rodrygo, que vem entrando no time", disse, citando outro brasileiro do Real Madrid.>
Como alguém que construiu grande parte de sua carreira na Europa, onde atuou também pelo gigante de Madri, o ex-meia não hesita quando questionado se gostaria de ver um treinador estrangeiro na seleção brasileira, como Ancelotti. "Não vejo problema nenhum em ter um estrangeiro na seleção. O mais importante é o processo de escolha, que não seja pontual, mas, sim, um projeto de longo prazo, como foi com o Tite.">
Kaká também tem projetos de longo prazo. Depois de se formar em gestão esportiva na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e fazer o curso de técnicos de futebol da CBF (Confederação Braslieira de Futebol), em novembro ele terminará outro curso de gestão, desta vez certificado pela Uefa (União das Federações Europeias de Futebol).>
Por enquanto, ele desconversa sobre onde pretende trabalhar daqui para a frente e diz estar "atento às oportunidades que podem aparecer".>
Uma vaga que pode surgir no São Paulo, clube que o revelou. Com a saída do também ex-meia Alex do cargo de técnico do time sub-20, Kaká poderá assumir o comando da base em que deu seus primeiros passos.>
Até avançar nessa questão, ele quer passar os próximos dias comemorando o aniversário de 20 anos da conquista que lhe deu projeção internacional. "Reviver esses momentos sempre é uma grande emoção. Foi algo único.">
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta