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Publicado em 16 de abril de 2022 às 12:39
- Atualizado há 4 anos
Um vídeo gravado pouco após o acidente que matou a modelo e universitária Luísa Lopes, 24 anos, na noite de sexta-feira (15), na Avenida Dante Michelini, em Vitória, mostra a corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, 33, conversando com a fala arrastada, negando-se a fazer o teste do bafômetro. A princípio, os relatos davam conta que o atropelamento havia sido causado pela corretora, mas há, agora, informações no termo da audiência de custódia - realizada para decidir sobre a prisão da corretora - que indicam a possibilidade de outro motorista ter atropelado a modelo e universitária e, no impacto, arremessado seu corpo contra o carro dirigido por Adriana. >
Nas imagens, um policial conversa com Adriana, que está sentada no meio-fio, de cabeça baixa, e pergunta se ela está passando mal. A corretora nega e diz que está estressada. Ao ser questionada sobre o motivo ela diz: “A mulher passou na minha frente e eu acabei com a vida da mulher.”>
Ela então é indagada sobre ter ido a um bar na área conhecida como Triângulo das Bermudas, no bairro Praia do Canto, mas declara que não ingeriu bebida alcóolica no local. “Tomei água. Só água.”>
A corretora estava acompanhada de outra mulher no veículo, que, segundo apuração da TV Gazeta, seria uma irmã. A outra então é questionada se Adriana teria bebido, e, contradizendo a irmã, informa: “Tomou um copinho só de cerveja.”>
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Adriana volta a negar que tenha bebido, e diz que fala arrastado porque toma medicamentos para depressão e que, na manhã de sexta, havia tomado o remédio.>
Novamente questionada sobre o bafômetro, a motorista diz que não. O policial informa que é seu direito constitucional negar, mas volta a informar que ela está com a fala arrastada. “Só porque sou depressiva e tomo remédio.”>
O policial comenta que também toma medicamentos, mas não fala embolado por conta disso. Em seguida, ele pergunta se a motorista tem consciência do que havia acontecido: “Eu tenho. E eu quero meu carro pra trabalhar e olha como meu carro está". >
Ela então é questionada por uma socorrista do Samu, por estar preocupada com o carro: “A senhora está preocupada com o carro? Você acabou de estourar a cabeça de uma menina.” Adriana responde: “Eu estourei a cabeça dela porque ela passou na minha frente". A socorrista então sugere que ela “fique em silêncio porque está piorando as coisas.”>
Luísa Lopes, de 24 anos, atravessava a faixa de pedestres com a bicicleta quando foi atingida por um carro. Ela era apaixonada pelo carnaval e desfilava pela Unidos de Jucutuquara, sendo uma das principais atuantes na ala das passistas. A jovem, que foi atropelada por volta das 20 horas, também era estudante do último período do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).>
Segundo apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, a corretora foi autuada por embriaguez ao volante e teve fiança arbitrada em R$ 5 mil. Como não foi paga, Adriana acabou encaminhada ao sistema prisional, onde deve passar por audiência de custódia. Por volta das 12h30, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que a mulher estava no Centro Prisional Feminino de Cariacica.>
A Polícia Civil foi acionada pela reportagem tanto na noite de sexta-feira quanto na manhã deste sábado para mais informações sobre o caso, mas a assessoria apenas informou que não conseguiria fornecer respostas porque “a ocorrência não foi localizada no plantão vigente".>
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