Publicado em 14 de dezembro de 2019 às 12:38
A investigação policial que apura a morte da agricultora Thamires Lorençoni no último dia 30, em Vargem Alta, segue sem um desfecho. Na quinta-feira (12), Sula e Flávia Almeida, mãe e filha que estão presas por suspeita de envolvimento no caso, prestaram depoimento e confessaram ter contratado pistoleiros, mas apenas para "dar um susto" na agricultora. Flávia disse ainda que tinha um caso com o marido da vítima, Gedson Batista.>
Para a reportagem de A Gazeta, porém, a sogra de Thamires, Rosa Batista, negou qualquer envolvimento do filho com a suspeita. Ela questionou ainda a versão apresentada por mãe e filha. >
"Quem contrata pistoleiro para dar só susto?", questionou a mãe do marido da vítima, que continuou: "Essa história tá muito mal contada. Para a gente é conversa fiada, uma mentira, porque se contrataram pistoleiro queriam era matar ela mesmo". >
A mãe refutou a versão de que apresentada por Flávia de que ela teria algum caso com Gedson. Segundo Rosa, trata-se de uma "calúnia" e uma "informação para disfarçar o crime".>
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Rosa Batista
Mãe de Gedson e sogra da vítimaDona Rosa disse ainda que o filho está sofrendo muito desde a morte da esposa. "Ele está muito atordoado com tudo isso, não está dormindo, mal está comendo. Está muito arrasado".>
Segundo o advogado de defesa de Sula e Flávia, José Carlos Silva, acompanhou o depoimento de mãe e filha prestado na quinta. Ele narrou para A Gazeta que Flávia havia confirmado ao delegado Rafael Amaral, que conduz as investigações, que tinha um relacionamento com o marido de Thamires mesmo ele estando casado. >
Ela fala que ele queria que fosse escondido e que ele dava esperança de separar da Thamires e assumir o relacionamento com ela. Ela falou que ele a ameaçava e, na hora que ele quisesse, ela tinha que aparecer", diz o advogado.>
Mãe e filha contaram que pagaram R$ 1.500,00 para que criminosos assustassem a Thamires. O objetivo, segundo o advogado, era que ela entendesse que estava gerando problemas, devido ao sofrimento da Flavia, que tinha um relacionamento escondido com o marido de Thamires.>
No depoimento, elas disseram que em nenhum momento falaram em matar ninguém e que a ideia surgiu em função do sofrimento da Flavia, que vinha sendo ameaçada pela Thamires e pelo marido. A Flavia conta, inclusive, que ele, recentemente, fez ela passar uma vergonha, a desmoralizando na frente de todo mundo, em um bar em Vila Maria. Também falou que, por duas ou três vezes, a Thamires jogou a moto em cima dela, lá em Vila Maria, relatou o advogado.>
Sula e Flávia estão detidas desde o dia 5 em um presídio em Cachoeiro de Itapemirim, mas em celas diferentes. Até sexta-feira (14), os psitoleiros ainda não tinham sido localizados pela polícia. A reportagem tentou contato com o delegado Rafael Amaral, mas não teve sucesso.>
O crime aconteceu no último dia 30 de novembro. A vítima e o marido estavam em um caminhão, voltando para Santana, zona rural de Vargem Alta, onde moravam, quando um carro os interceptou na estrada.>
Imagens da câmera de videomonitoramento de um estabelecimento às margens da rodovia ES 164, que liga Cachoeiro de Itapemirim a Vargem Alta, mostram um carro branco, em que estavam os executores, entrando, às 14h29min25s, na frente do caminhão que era dirigido pelo marido de Thamires.>
A versão inicial era de que ela teria sido morta durante uma tentativa de assalto. No entanto, o caso passou a ser tratado como homicídio pela Polícia Civil. As imagens enfraquecem a versão de que Thamires teria sido morta por ter corrido ao ver os criminosos, já que os executores avançaram em direção a ela. O vídeo será anexado ao inquérito.>
Nas imagens é possível ver quando o caminhão desce alguns metros na ladeira e um homem aparece correndo, sete segundos depois do início da ação, e vai direto no lado do carona, onde estava a vítima. O comparsa, que tinha ficado no carro, dá a volta e se direciona para a parte de trás do caminhão.>
Em seguida, o marido da vítima sai do caminhão às 14h29min59s e corre na direção contrária dos criminosos. Ele volta 17 segundos depois, vai até o lado do carona e começa a sinalizar para outros motoristas que passavam pela rodovia, pedindo socorro. Thamires foi socorrida e levada para um hospital da região, mas não resistiu e morreu.>
Procurada, a Polícia Civil informou que a investigação continua em andamento na Delegacia de Polícia de Vargem Alta. O prazo legal previsto para conclusão do inquérito policial é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. "Este inquérito policial será concluído no prazo legal", garantiu. Inicialmente, o delegado havia afirmado o inquérito deveria ser concluído nesta semana.>
Como diligências e oitivas estão em andamento, a Polícia disse não ser possível passar nenhum detalhe neste momento, pois qualquer divulgação precoce poderia interferir no andamento das investigações.>
A Polícia ainda orientou: "O Disque-Denúncia 181 é a melhor forma da população auxiliar a polícia com informações que levem à prisão de criminosos ou pelo disquedenuncia181.es.gov.br, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas. O anonimato é garantido e todas as informações são investigadas. ">
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