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“Elas odiavam minha filha”, diz mãe de agricultora morta em Vargem Alta

“Elas odiavam minha filha”, diz mãe de agricultora morta em Vargem Alta

Em entrevista, mãe da agricultora Thamires, Débora Lorençoni, diz que acredita que filha tenha sido morta por ciúmes e inveja. A madrasta do marido, Sula Almeida, e a filha dela, Flávia Almeida, foram presas, suspeitas de terem encomendado o crime

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 21:19

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Débora Lorençoni, mãe de Thamires . (Beatriz Caliman)

Após nove dias da morte da agricultora Thamires Lorençoni, de 26 anos, o clima na pequena localidade de Vila Maria, interior de Vargem Alta, Região Serrana do Estado, ainda é de tristeza e indignação entre os moradores. Thamires foi assassinada quando voltava para casa, no último dia 30, na ES 164. Criminosos armados interceptaram o caminhão que era dirigido pelo marido dela e foram até o banco do carona, onde a vítima estava. Ela foi baleada nas costas e na cabeça.

A mãe de Thamires, Débora Lorençoni, não consegue entender a frieza das suspeitas de terem encomendado o crime. A madrasta do marido, Sula Almeida, e a filha dela, Flávia Almeida, foram presas na última quinta, após cumprimento de mandados de prisão. A mãe da vítima revela que as suspeitas nunca gostaram da sua filha.

A motivação, acredita a mãe de Thamires Lorençoni, pode estar relacionada com a mudança de casa do casal. A filha e o marido tinham a intenção de morar na casa embaixo da que Sula, Flávia e o sogro viviam, em Vila Maria, às margens da ES 164.  Em um dos andares do imóvel, há também uma loja de confecções que era administrada pela sogra da jovem agricultora. “Ela só sabia cuidar dos filhos, trabalhar e estava doida para terminar a reforma da casa, se mudar, estava até enjoada de tanto que falava nisso”, revela Débora.

“Quase morri ao saber da morte da minha filha, nunca imaginei perder um filho assim. Eu acho que foi inveja. Ela (Flávia) dizia que, naquela casa, ela (Thamires) não iria morar. Mas nunca imaginei que era a morte dela que planejavam. Desde nova ela gostava do marido da minha filha, mas ele nunca teve olhos para ela. Há muitas provas, e elas confessaram. Elas odiavam minha filha. Falavam para todos. Foram ao enterro e ao velório dela”, revela a mãe de Thamires.

A mãe da vítima recorda que, no dia do crime, a filha voltava de uma feira de agricultores em Mimoso do Sul. Thamires e o marido estavam comercializando verduras, compradas na região, e viajavam em feiras na Região Sul durante a semana.

Elas odiavam minha filha , diz mãe de agricultora morta em Vargem Alta -

O desejo de Débora Lorençoni é que os culpados paguem pelo crime. “Meu desejo é que não soltem elas. Minha filha não volta, mas queremos justiça”, diz a mãe emocionada.

TRISTEZA NA COMUNIDADE

Casa onde morava Sula Almeida e a filha, em Vila Maria. (Beatriz Caliman)

Na pequena localidade de Vila Maria, às margens da rodovia que liga Vargem Alta a Cachoeiro de Itapemirim, os moradores ainda não acreditam que a morte da jovem agricultora teve uma reviravolta tão violenta. “Muito triste. Quando a pessoa tem problemas, algo é esperado. Mas ela era de boa família, trabalhadora”, disse o vizinho da família, Sebastião Patusi.

“A comunidade recebeu essa história com muita tristeza. Estou decepcionado com essas pessoas que fizeram isso. Não dá para acreditar, foi algo abominável. Todos estão assustados com o crime”, comenta o agricultor Toufic Youssef Nasiz.

Toufic Youssef Naziz, morador de Vila Maria, Vargem Alta. (Beatriz Caliman)

A dona de casa Maria de Lourdes mora a dois quilômetros da localidade e convivia com Thamires Lourençoni. Apesar da tristeza, a imagem sempre será de uma pessoa boa. “Era muito trabalhadora, honrada e muito bonita. Sempre participava dos cultos na igreja. Estamos chocados e preocupados com as crianças, que nunca mais terão a mãe de volta”, comentou.

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Thamires morreu em Vargem Alta. (Arquivo pessoal)

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