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Publicado em 16 de outubro de 2023 às 17:32
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo votou por arquivar o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que queria transformar os policiais penais (antigos inspetores penitenciários) que atuam em designação temporária em servidores efetivos. O texto é de autoria do deputado Callegari (PL), que se indignou com a votação e a classificou de "manobra absurda". >
Três procuradores da Assembleia já haviam declarado que a PEC era inconstitucional. Com base nesses pareceres, o presidente da Casa, Marcelo Santos (Podemos), devolveu o texto para o autor afirmando que havia vício de iniciativa: o Legislativo não tem competência para propor a mudança, que diz respeito aos servidores do Executivo. >
Porém, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, presidida pelo deputado Mazinho dos Anjos, deu parecer favorável, contrariando o pedido da mesa diretora. >
A votação desta segunda-feira (16) era para decidir se a matéria continuaria a tramitar ou não. Por 13 votos a 8, os deputados decidiram pela rejeição do parecer da CCJ e o texto foi arquivado. >
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Antes da votação, Callegari reclamou de a matéria ter sido colocada no expediente próximo da hora da sessão, o que impediu, segundo ele, que a categoria se mobilizasse para comparecer à sessão. Disse ainda que o parecer dos procuradores é "apenas opinião" e que quem tem o poder de decidir ou não se um projeto é constitucional são os deputados. >
"Por mais balizado que seja (o parecer dos procuradores), procurador não faz lei, não julga. O dia que deputado for eleito para se submeter a procurador, pega seu diploma de deputado, rasga e joga na lata do lixo", disse Callegari. >
O deputado Dary Pagung (PSB), líder do governo do Estado na Assembleia, ressaltou que, além do vício de iniciativa, a Constituição também declara que servidores efetivos só podem ser contratados mediante concurso. >
"Se aprovarmos essa emenda como está, vamos gerar expectativa para os servidores (temporários), que no final com certeza vai ser reconhecida a inconstitucionalidade da PEC", disse, ao orientar o voto pelo arquivamento da matéria. >
A PEC 2/2023 queria dar aos temporários (DTs) com mais de cinco anos de serviço contínuo os direitos à carreira policial e o benefício da estabilidade até a aposentadoria. Ou seja, eles passariam a ser submetidos ao Regime Jurídico Único dos servidores públicos estaduais, porém sem ter prestado concurso público. >
A proposta é popular entre a categoria. Isso porque a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) tem atualmente cerca de 1,6 mil servidores em designação temporária, que passam por novo processo seletivo a cada dois anos. Eles são numerosos dentro dos presídios e, por não serem efetivos, não podem portar armas.
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