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Partidos políticos no ES perderam 22 mil filiados em um ano

Partidos políticos no ES perderam 22 mil filiados em um ano

Legendas com mais integrantes, como o MDB, o PDT e o PP foram os que mais encolheram entre março de 2019 e o mesmo período de 2020, de acordo com dados do TSE

Publicado em 27 de abril de 2020 às 11:40

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Prazo para trocas de partido entre vereadores se encerra seis meses antes da eleição municipal
Para especialista, filiações a partidos, na maioria das vezes, não obedecem a critérios ideológicos. (Divulgação/TSE)

Entre o fim de março de 2019 e o final da janela partidária de 2020, encerrada no último dia 4 de abril, mais de 22 mil capixabas se desfiliaram de seus partidos e não escolheram novas siglas. O dado foi disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quinta-feira (23). Agora, segundo a Justiça Eleitoral, o Espírito Santo conta com 321.300 eleitores filiados às agremiações, enquanto em março do ano passado eram 343.430.

É a primeira vez desde 2013 que o número de filiados cai. Naquele ano eram 307.534 filiados. A partir dele, numa análise de março a março, o número cresceu até 2019.

Os maiores partidos do Estado em número de filiados, como o MDB (com 37.796 membros), o PDT (com 28.622) e o PP (com 26.201), são também os que mais perderam integrantes. Do ano passado para cá, o PP foi o que encolheu mais, com a perda de 4.855 filiados; seguido pelo MDB, com 4.379 e o PDT, com 3.698 correligionários a menos.

De uma forma geral, o ano não foi positivo para as maiores agremiações. Das dez maiores no Estado, somente o PSDB, a quinta maior no Espírito Santo, não fechou o ano com saldo negativo de filiações e teve 1.409 novos participantes. Os partidos que aumentaram no último ano são os que estão no meio do ranking por tamanho das siglas capixabas. O Patriotas foi o campeão de adesões, com 4.695 novos membros; seguido pelo PSL que abriu as portas para 3.647 filiados; e o Podemos, com 3.623.

Para o cientista político João Gualberto Vasconcellos, o movimento de entrada e saída de filiados em partidos não obedece, na maioria das vezes, critérios ideológicos. Ou seja, poucos são aqueles que deixam uma legenda por discordar da linha de pensamento adotada por ela.

"Na maior parte das vezes, essas mudanças seguem uma lógica de cartório, os eleitores vão para os partidos onde estão mais confortáveis para se candidatar. É apenas um registro. Salvo raríssimas exceções, não há questões relacionadas à ideologia, é tudo a partir de um cálculo para conquistar uma vaga", explica.

A fuga de filiados das maiores siglas, para Vasconcellos, está relacionada com a mudança nos critérios para a eleição de vereadores, com o fim da possibilidade de se coligar e as novas regras nos cálculos de sobras de vagas. Com isso, muitos candidatos ao pleito têm evitado ficar em partidos onde há campeões de voto.

"A escolha dos partidos é apenas por uma questão pragmática. Os candidatos fazem uma conta. Se eu acho, por exemplo, que tenho 5 mil votos, vou procurar um partido onde eu consiga me eleger com essa quantidade. Partidos maiores, onde há candidatos com muito potencial de votos, tiveram dificuldades porque a avaliação comum no mercado é de que neles há uma dificuldade maior de se conquistar uma cadeira", complementa.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e a vice-governadora, Jaqueline Moraes, durante reunião por videoconferência com governadores(Hélio Filho/Governo do ES)

PARTIDO DE CASAGRANDE ESTÁ ENTRE OS QUE PERDERAM FILIADOS

Tendência em anos anteriores, o partido de quem estava na situação do governo estadual costumava se encher de filiados. Foi assim durante a gestão de Paulo Hartung. Enquanto esteve no MDB, o partido recebeu novos membros, como lembra Vasconcellos. De 2015, início de sua gestão, até o fim do mandato, o partido saiu de 41.564 filiados para 42.299. Contudo, o PSB, partido do atual governador, Renato Casagrande, perdeu 1.364 filiados de 2019 para 2020. Os socialistas são a sétima maior sigla do Estado, com 20.102 integrantes.

Para o cientista político, a redução não está, necessariamente, ligada a uma desaprovação dos ex-filiados com a gestão de Casagrande. "O vital é sempre estar na situação. O que se percebe nos bastidores é que o governador tem adotado uma estratégia de ter aliados em outras siglas. Partidos que estão na base dele, como o Podemos e o PSL, receberam novos membros. Como o Nathan (Medeiros, vereador de Vitória), que saiu do PSB para o PSL", analisa João Gualberto.

VEJA O RANKING DOS PARTIDOS

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