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Publicado em 2 de março de 2023 às 11:51
Motivo de discussão acalorada entre os deputados estaduais e da primeira derrota do governo na Assembleia Legislativa do Espírito Santo na atual legislatura, a bolsa no valor de R$ 800 para 120 estudantes matriculados na quarta série do ensino médio regular da rede pública estadual foi sancionada pelo governador Renato Casagrande (PSB). O auxílio financeiro está previsto na Lei 11.784, publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (2).>
O repasse dos valores da bolsa será feito diretamente ao aluno, de acordo com os documentos apresentados no ato da matrícula, durante 11 meses. O beneficiado pela bolsa-estudante terá de manter, no mínimo, 75% de presença nas aulas. Aquele que abandonar os estudos terá a bolsa suspensa.>
A quarta série do ensino médio é um ano de estudos extra e opcional, instituído pela Secretaria Estadual de Educação (Sedu) para compensar os prejuízos causados à aprendizagem em meio à pandemia de Covid-19, período em que as aulas presenciais foram suspensas. >
Inicialmente, o projeto de lei de autoria do governo previa bolsa no valor de R$ 400 para esses alunos. Porém uma emenda apresentada pelo deputado Fabrício Gandini (Cidadania) no último dia 15, durante a votação da proposta na Assembleia, elevou o valor para R$ 800.>
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Até então, Gandini era considerado aliado de Casagrande no Legislativo estadual, mas depois do debate causado pela emenda, que acabou sendo aprovada por 13 votos a 12, decidiu deixar a base governista. O governador afirmou que, se ele quiser ir para a oposição, é um direito dele, mas ainda espera conseguir trazê-lo de volta. >
Os deputados que questionaram a emenda aumentando o valor da bolsa afirmaram que ela seria inconstitucional por se tratar de um projeto de autoria do governo e, por isso, precisaria ter o impacto financeiro detalhado, algo que foi apenas falado pelo autor da emenda durante a votação. Contudo, Gandini rebateu, esclarecendo que o cálculo era muito simples, pois era apenas dobrar o valor previsto pelo governo (R$ 528 mil) e que uma despesa de pouco mais de R$ 1 milhão poderia ser absorvida sem comprometer as finanças estaduais.>
Embora não seja comum esse tipo de modificação feita por deputados que causam impacto financeiro passar pelo crivo do governo estadual, se a proposta fosse vetada da forma como foi aprovada, com a bolsa no valor de R$ 800, ela não poderia ser levada à Assembleia novamente este ano, conforme prevê a legislação. Com isso, os estudantes poderiam ficar sem receber o benefício. A outra possibilidade era o governo retirar o projeto da pauta e enviar um novo para substituí-lo.>
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