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'Requinte de crueldade', diz delegada sobre assassinato de mulher em Vila Velha

"Requinte de crueldade", diz delegada sobre assassinato de mulher em Vila Velha

Polícia prendeu nesta segunda-feira (03) o ex-companheiro da autônoma Vivian Lima de Almeida, de 29 anos, encontrada morta dentro de casa no bairro Araçás, na semana passada, por suspeita do crime

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 13:36

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Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi encontrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha
Vivian Lima de Almeida, 29 anos, foi econtrada morta dentro de sua casa no bairro Araçás, em Vila Velha. (Reprodução)

Um crime cometido com muita raiva e com requinte de crueldade. Estas foram as palavras usadas pela delegada Raffaella Aguiar, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), para definir a morte da autônoma Vivian Lima de Almeida, de 29 anos, encontrada morta em casa no último dia 28 de julho, no bairro Araçás, em Vila Velha, local para onde havia se mudado há poucos dias.

Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (04), a delegada deu detalhes da cena do crime e confirmou que o ex-companheiro da mulher, com quem ela teve um filho, é o autor do assassinato brutal.

"Quando foi relatado sobre a cena do crime, logo se notou que não foi uma cena habitual de se ver. Percebeu-se que houve muita raiva, com requinte de crueldade. Havia sangue em praticamente todos os cantos do quarto. Ela tinha uma lesão profunda no crânio e também apresentava perfurações pelo corpo. O local do crime estava permeado de violência extrema, a vítima sofreu muito até ser morta, por isso há a incidência de outras qualificadoras, pois foi uma morte muito cruel", detalhou a delegada titular.

AUTORIA

Em um primeiro momento, tantos a polícia e também os familiares de Vivian descartaram o ex-marido dela, um homem de 36 anos, tivesse sido capaz de tirar a vida da ex-mulher. As investigações e as provas coletadas, contudo, levaram à prisão do suspeito, ocorrida nesta segunda-feira (03).

Assassinato em Vila Velha
Câmera de uma casa vizinha pode ajudaram a polícia na investigação do assassinato de de Vivian Lima de Almeida. (Reprodução/TV Gazeta)

"Ele realmente era acima de qualquer suspeita. É uma pessoa sem antecedentes criminais e todos só falavam bem dele, inclusive os familiares da vítima eram só elogios a ele. Contudo, com provas bem contundentes, não tivemos dúvidas de que ele era o autor", relatou a delegada salientando que imagens de câmeras de segurança e outros elementos ajudaram a polícia a prender o ex-companheiro da autônoma.

Vivian e o ex-companheiro estavam separados há cerca de quatro anos e as investigações apontaram que ambos mantinham boa relação, além de nunca ter havido suspeita de violência doméstica ou qualquer outro tipo de agressão. A autônoma, inclusive, já estava em outro relacionamento. Já o homem de 36 anos também estava noivo de outra mulher.

PRISÃO E MOTIVAÇÃO

No intuito de elucidar o caso, a polícia pediu que o filho do casal fosse até à DHPM para também falar sobre o relacionamento dos pais. O garoto foi levado pelo próprio pai para a delegacia e por uma coincidência, ele acabou detido.

Titular da DHPM, delegada Raffaella Aguiar
Titular da DHPM, a delegada Raffaella Aguiar está à frente das investigações do assassinato da autônoma Vivian Lima de Almeida. (Reprodução / Polícia Civil)

"Como já havíamos representado pela prisão e buscas na sexta-feira (31 de julho), ontem havíamos feito a intimação para que ele levasse o filho dele à delegacia para que conversássemos com a criança em busca de detalhes da rotina do casal, e até mesmo onde a criança estaria no dia do crime. Por coincidência, o mandado chegou no momento em que ele estava lá. Então para não causarmos um trauma maior à criança, ligamos para um familiar materno (tia), que se dirigiu até a delegacia ainda sem saber o que estava acontecendo. Chegando ao local, passamos à criança a ela, contamos os detalhes e efetuamos a prisão dele", disse a delegada.

Em depoimento à delegada, o suspeito confirmou ter ido à casa de Vivian no dia do crime, porém negou ser o responsável por tirar a vida dela. Para Rafaella Aguiar, entretanto, não restam dúvidas sobre a autoria e agora a polícia espera descobrir a motivação para concluir as investigações.

"Agora são 30 dias da prisão temporária no qual temos tempo para coletar mais informações e terminar o inquérito. Esse prazo é prorrogável por mais 30 dias se entendermos como necessário. Vamos concluir para tentarmos descobrir a motivação do crime. Por enquanto não temos suspeita e vamos trabalhar nesse sentido", complementou.

FEMINICÍDIO

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Com os elementos coletados e identificados na investigação até o momento, a polícia ainda não trata o assassinato como feminicídio. Isso pode mudar caso o prosseguimento do inquérito aponte para esse caminho.

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