Publicado em 6 de julho de 2023 às 17:38
O segundo-sargento da Polícia Militar suspeito de matar a tiros as cadelas Pitty e Pipoca, no dia 27 de junho, em Tabuazeiro, Vitória, preferiu ficar em silêncio nesta quinta-feira (06), durante uma oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos Contra os Animais, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). A identidade do acusado não foi divulgada. >
No encontro, também marcam presença Aleida Silva Tonini e Fabiano Silva Tonini, tutores dos animais. Os dois, que são mãe e filho, responderam às perguntas de deputados e de outras pessoas que participaram da reunião. Os pets estavam na família há mais de 4 anos e não eram violentos, segundo relataram. >
Por mais de duas horas, o acusado ficou em silêncio devido à orientação do advogado. Quando questionado, ele não respondeu sobre a arma utilizada e a quem ela pertence, nem tampouco deu sua versão dos fatos. Também não comentou sobre um possível arrependimento.>
O suspeito, que atua como militar há 17 anos, ressaltou apenas que desconhece legislações na área de proteção animal e pontuou que não tem problemas com cães.>
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Fabiano Tonini revelou também que é primo de segundo grau do policial e, embora tenham “diferenças”, sempre se respeitaram – ambos se conheceram no mesmo bairro na infância. ''Se elas (cadelas) tivessem algum comportamento realmente de agressividade, ou no caso, que causasse alguma lesão a alguma pessoa eu não seria omisso”, disse o tutor.>
De acordo com a deputada Janete de Cá, presidente da CPI, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente abriu um inquérito e vai ouvir os envolvidos. O caso foi encaminhado também para a Corregedoria da PM. “Nosso objetivo é esclarecer essa questão, trazer luz para um fato que chocou a sociedade capixaba”, explicou.>
Além disso, segundo ela, o material da reunião será enviado para o Ministério Público do Estado (MPE-ES).>
Procurada, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (DPMAPC).>
Duas cachorrinhas foram mortas a tiros por um sargento da Polícia Militar no meio da rua, em Tabuazeiro, bairro Vitória. Pitty e Pipoca tinham saído da casa onde viviam, no último dia 27, após o portão ficar aberto. De repente, a dona delas ouviu os tiros. Pitty, que ainda estava viva, chegou a ser levada para uma clínica veterinária às pressas, mas morreu na mesa de cirurgia.>
Conforme apuração da repórter Vanessa Calmon, da TV Gazeta, as cadelas teriam ido para a rua sem que a dona percebesse. >
"Quando o entregador de gás saiu, elas devem ter saído pela lateral, estava escuro. Uns 20 minutos depois eu escutei rojão e tiros. Minha vizinha começou a gritar no meu portão me chamando, perguntando se as minhas cadelas estavam no quintal e eu disse que sim, porque eu tinha colocado elas na caminha delas. Só que procurei e não encontrei elas", relatou a pensionista. >
Filho de Aleida, o funcionário público Fabiano Silva Tonini ainda tentou socorrer a Pitty, que estava respirando. "Infelizmente ela veio a óbito na mesa de cirurgia na hora que a médica foi começar o procedimento", contou.>
Tudo teria acontecido a poucos metros da casa de Aleida. Perto das 20h, estava escuro e isso dificultou que os vizinhos vissem o que ocorreu: eles só ouviram os disparos. >
Para a Polícia Militar, o sargento alegou que teria atirado pois cães "de grande porte" teriam ficado agressivos e ido na direção dele e da mãe para atacá-los. (Leia a nota completa ao final da matéria)>
Pitty e Pipoca foram adotadas há quatro anos. O quintal da casa era grande e as cadelinhas não tinham costume de sair de casa. "Meu filho sai para a faculdade de manhã. De lá ele vai trabalhar na Serra e só chega à noite, então elas eram a alegria da casa. Minhas netas brincavam nesse quintal com elas, filhos de vizinhos, a família toda", lembrou a pensionista.>
A CPI dos Maus Tratos, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), foi acionada para caso. Conforme a deputada estadual Janete de Sá (PSB), tudo teria acontecido porque as cadelas entraram em uma área perto da casa do policial. >
"Existe um sentimento de pertencimento de uma servidão que dá acesso à área do possível autor dos disparos. Tanto pessoas como animais que chegam nessa área próxima da entrada para a casa deles, gera incômodo. Isso já foi motivo de demanda inclusive judicial. O que nós temos é um fato lamentável em que um policial militar alveja e leva à morte dois animais indefesos que não estão acostumados com rua, dois animais caseiros, dóceis", disse a parlamentar em entrevista à TV Gazeta.>
"Na madrugada desta quarta-feira (28), policiais militares foram acionados para verificar a informação de que havia um PM efetuando disparos de arma de fogo no bairro Tabuazeiro, Vitória. No local, o militar, juntamente com a mãe, relatou que ao sair da residência da genitora, deparou-se com três cães de grande porte, agressivos e soltos próximos ao carro dele. Com o intuito de afastá-los, haja vista que havia apenas uma via saída do imóvel, o policial disse que, primeiramente, arremessou água contra os animais, porém sem êxito. >
Posteriormente, utilizou ripas de madeira, mas também não obteve sucesso. Em seguida, os cães ficaram ainda mais agressivos e foram na direção do PM e da mãe dele para atacá-los. Neste momento, o militar efetuou dois disparos a fim de proteger a própria integridade física e também da sua mãe. Um cão foi alvejado, ocasionando o óbito. Os demais fugiram. A tutora dos animais, que é conhecida das partes, mas não estava no local no momento do fato, recolheu o cão que estava sem vida sem questionar a ação do policial. A Polícia Militar, por meio da Corregedoria, informa que será instaurada uma sindicância para apurar o caso.">
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