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Morte de Amanda Marques: Justiça mantém preso acusado de causar acidente

Morte de Amanda Marques: Justiça mantém preso acusado de causar acidente

O pedido de liberdade já havia sido negado anteriormente após análise da liminar pelo desembargador Sérgio Bizzotto Pessôa de Mendonça no último dia 14 de julho

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 18:49

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Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, é quem dirigia o carro que atingiu a traseira da moto em que estava a jovem Amanda Marques
Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, é quem dirigia o carro que atingiu a traseira da moto em que estava a jovem Amanda Marques. (Reprodução de Redes Sociais | Montagem A Gazeta)

Em audiência realizada na tarde desta quarta-feira (15), a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) manteve preso Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, condutor do Toyota Corolla que atingiu a moto em que estavam Amanda Marques, de 20 anos, e o companheiro, Matheus José Silva, de 23. A jovem, que estava na garupa, morreu no local do acidente e o rapaz chegou a ficar internado.

A votação dos desembargadores foi unânime pela negativa do pedido de habeas corpus. O pedido de liberdade já havia sido negado anteriormente após análise da liminar pelo desembargador Sérgio Bizzotto Pessôa de Mendonça no último dia 14 de julho.

Toyota Corolla envolvido no acidente que matou Amanda Marques na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha
Toyota Corolla envolvido no acidente que matou Amanda Marques na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. (Reprodução)

Em entrevista à reportagem de A Gazeta, o advogado Fábio Marçal — que representa Renata Aparecida Marques, mãe de Amanda, e é assistente de acusação — disse que confia na Justiça.

"Esperamos que ele fique preso até o final. Seria um tapa na cara da sociedade se ocorresse o contrário. Basta imaginar que todas as testemunhas dizem que o Wagner estava embriagado, com sintomas de ter feito uso inclusive de entorpecentes, foi indiferente à morte, ao acidente. Então ter um habeas corpus para soltar seria um absurdo. Além disso, é necessário que se investigue a conduta dos investigadores, inclusive, que disseram que ele não fez uso de bebidas", afirmou.

Para o advogado, caberá a partir de agora aguardar o julgamento, marcado para o dia 7 de dezembro. "Vamos cobrar apuração dos fatos pela Polícia Civil, isso não pode passar em branco", acrescentou.

Após o desfecho da audiência nesta quarta-feira, a mãe de Amanda comemorou a decisão. "Terminou. Graças a Deus a Justiça foi feita. Mais uma vitória para nós. Louvado seja Deus!", disse.

O QUE DIZ A DEFESA DO RÉU

A reportagem tentou contato, por telefone, com o advogado de Wagner, Frederico Pozzatti. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

Durante sessão de julgamento do pedido de liberdade, o advogado alegou que o Wagner não dirigiu sob efeito de álcool. "Os policiais e guardas que estiveram presentes têm fé-pública, receberam treinamento. Eles afirmaram que o réu não tinha sinais de embriaguez. Por esse motivo não houve dolo eventual — não assumiu o risco de cometer o crime — e deve responder em liberdade", sustentou, durante audiência no TJES.

RELEMBRE O ACIDENTE QUE MATOU AMANDA

O acidente que tirou a vida de Amanda Marques, de 20 anos, e mudou drasticamente a de Matheus José da Silva, de 23, aconteceu na noite de 17 de abril deste ano. O casal estava de moto e voltava da casa da mãe da jovem pela Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Quando passavam pelo bairro Jardim Asteca, eles foram atingidos por um carro dirigido por Wagner Nunes de Paulo. Era Matheus quem pilotava a moto, modelo Honda XRE 300, no momento em que o Corolla, que seguia no mesmo sentido na pista, atingiu a traseira da motocicleta, segundo a Polícia Militar.

Amanda Marques e o namorado Matheus José. A moto em que eles estavam foi atingida por um carro em Vila Velha
Amanda Marques e o namorado Matheus José. A moto em que eles estavam foi atingida por um carro em Vila Velha. (Instagram)

Com a força do impacto, as vítimas foram arrastadas por cerca de 50 metros até o veículo parar. A jovem Amanda morreu ainda no local, enquanto o namorado foi socorrido em estado grave para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.

O motorista, identificado como Wagner Nunes de Paulo, de 28 anos, se recusou a fazer o teste de etilômetro no local do acidente, mas foi detido em flagrante após a batida e foi autuado inicialmente por homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, como informou a Polícia Civil, por meio de nota, à ocasião.

Apesar de detido no local do acidente, Wagner Nunes de Paulo teria tentado arrancar com o carro para fugir, sendo impedido por testemunhas, que também afirmaram que o motorista estava embriagado e dirigindo em alta velocidade. Na ocasião, um policial civil amigo da família teria tentado retirá-lo da cena e ameaçado as pessoas.

Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana no dia 18 de abril, onde passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, a pedido do Ministério Público, prisão que ainda está mantida.

Após as investigações, a Delegacia de Delitos de Trânsito concluiu que o condutor tinha ingerido bebida alcoólica durante uma festa com amigos. Indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, Wagner Nunes de Paulo está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Viana II, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).

De acordo com o relatório do caso obtido pela TV Gazeta, o procedimento adotado no atendimento ao acidente teve várias falhas, incluindo a ausência de teste toxicológico (diante da recusa do bafômetro). Por isso, as condutas deveriam ser apuradas. A Polícia Civil e a Polícia Militar já afirmaram que vão investigar as atitudes.

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