Mais um professor foi denunciado por assédio sexual por alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel. A denúncia foi feita à Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente, na quinta-feira (27). É o segundo funcionário da escola envolvido em acusações de assédio.
A nova denúncia foi feita por uma adolescente de 17 anos que estuda na escola. Em depoimento à Comissão, ela relatou ter sido assediada por um dos professores na última segunda-feira (24) durante uma aula, quando ele fez comentários a respeito do corpo dela.
O movimento criado pelas colegas nas redes sociais levou a adolescente a denunciar os casos de assédio que sofreu e procurar a polícia. Segundo Pazolini, a aluna contou que o outro professor, já alvo de denúncias das colegas, também teria a assediado em 2018.
"Ela contou que o professor pegou uma régua na mesa dela e quando ela pediu para ele devolver, ele colocou a régua sobre o órgão genital e pediu para ela pegar. Ela se recusou e disse que não precisa mais da régua", declarou.
A Comissão convocou um dos professores acusado de assédio, a diretora da escola e o presidente da Superintendência Regional de Carapina para uma sessão na CPI dos Crimes Cibernéticos para esclarecer as acusações na escola. A sessão está marcada para a próxima terça-feira (02), na Assembleia Legislativa.
"Nós temos certeza que existem outras vítimas, que inclusive já passaram pela escola, e não quiseram denunciar por medo. Orientamos que elas procurem a Comissão, aqui na Assembleia Legislativa, para que possam denunciar.Nós vamos cobrar a finalização dessa apuração", declarou Lorenzo.
Os depoimentos das estudantes vão ser encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente para auxiliar nas investigações do caso.
AS DENÚNCIAS
As denúncias de assédio começaram no dia 19 de junho, depois que três alunas escreveram cartas para outros professores e estudantes alertando sobre piadas de cunho sexual que ouviam na escola. Elas relataram também sobre comentários feitos pelo professor sobre o corpo delas e como isso gerava constrangimento e desconforto.
O caso ganhou repercussão na última segunda-feira (24), quando as estudantes publicaram os relatos de assédio no Twitter usando a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha, que foi compartilhada pelo ex-deputado Jean Wyllys.
Os movimento gerado na rede social trouxe à tona outros relatos de assédio na escola Clóvis Borges Miguel, inclusive em anos anteriores. No Twitter, ex-alunas descreveram conversas e piadas de cunho sexual que ouviram na escola. Apesar dos relatos, não há nenhum registro de denúncias de assédios contra o professor, segundo a Secretaria de Educação.
"A primeira denúncia que aconteceu contra ele foi dessas meninas, o que não significa que outras denúncias não possam aparecer até mesmo contra outros professores que estão lá ou passaram pela escola", disse de Angelo, que reafirmou o compromisso da Sedu em apurar os casos.
"Eu recebo lamentando, obviamente, essas denúncias, porque de um lado a gente acaba tendo um indicativo de que aconteceu outras vezes e de outro, que ainda é mais grave, que estes alunos não tiveram oportunidade de falar, mas eu quero deixar claro que há total interesse nosso em tomar conhecimento desses casos para que a gente possa fazer a apuração e sendo procedente dar a devida punição ao servidor envolvido neste contexto", finalizou.
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