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Publicado em 26 de março de 2025 às 17:22
Com mais de dez boletins de ocorrência em seu nome, Andreia Cardoso de Jesus Santos, de 35 anos, é investigada por uma série de furtos cometidos em residências onde atuava como diarista. De acordo com o chefe do Departamento de Investigações Criminais (DEIC), o Delegado Gabriel Monteiro, o prejuízo estimado ultrapassa R$ 500 mil. >
O que chamou a atenção das autoridades é o modo como ela se infiltrava nos lares das vítimas: usando identidades falsas e se passando por profissionais que haviam sido realmente contratadas por aplicativos ou empresas especializadas em serviços domésticos.>
Conforme as investigações, o esquema da criminosa envolvia, além do roubo de joias, fotografar cartões bancários e documentos das vítimas durante os atendimentos. Com esses dados, ela causava prejuízos financeiros e ainda utilizava as informações para se cadastrar, com nomes de terceiros, em plataformas de prestação de serviço. Dessa forma, conseguia aplicar novos golpes em aplicativos e sites diversos.>
Ao menos três casos seguiram esse mesmo padrão. Em um deles, Andreia furtou documentos da vítima e usou os dados para abrir cadastros falsos. A mulher chegou a utilizar o nome de uma diarista real, em um golpe recente que levou ao furto de cerca de R$ 20 mil em joias em uma residência no bairro Itapuã, em Vila Velha. Embora as duas se conhecessem, a polícia não encontrou indícios de cumplicidade. O caso segue em investigação para descobrir como o nome dela foi parar nos sistemas de cadastro utilizados por Andreia.>
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Como a criminosa era identificada pelo aplicativo por outro nome, e no site especializado não constava foto, a dona da casa confiou e não percebeu que seria um golpe. Nesse caso, a falsa diarista chegou à casa da vítima por volta das 8h e deixou o local pouco antes das 11h, alegando que o filho havia passado mal. >
Logo depois, a moradora percebeu o sumiço das joias. Ao entrar em contato com a empresa responsável, descobriu que a verdadeira diarista, era outra pessoa — que não esteve na residência naquele dia. Após denúncia da vítima nesse último caso, a investigação da Polícia Civil conseguiu antecipar mais um golpe e a prendeu em flagrante quando se preparava para cometer o mesmo crime em outra residência.>
Além do prejuízo financeiro, existiu um prejuízo sentimental, já que uma das joias roubadas era da bisavó da vítima.>
As joias furtadas no caso de Itapuã foram encaminhadas a um comerciante irregular, e agora ele foi indiciado por receptação qualificada, crime com pena de dois a oito anos, porém ainda não foi preso. A polícia agora apura se ele faz parte de um esquema mais amplo de revenda de objetos roubados. Pesa contra ele, segundo a polícia, fato de ter entregado uma joia que não fazia parte das que haviam sido roubadas em Itapuã, e sim de outra ação criminosa.>
Em dois dos casos já registrados, Andreia teria causado prejuízos significativos: em um deles, foi denunciada por um furto de R$ 100 mil; em outro, o valor somou R$ 120 mil. Somados aos demais episódios sob investigação, os crimes atribuídos à diarista já totalizam, no mínimo, meio milhão de reais em prejuízos às vítimas, segundo estimativas da Polícia Civil.>
No momento em que foi presa, Andreia demonstrou frieza e ironia, perguntando aos policiais se iria “ficar famosa” e se apareceria na televisão. Ela responderá por furto qualificado e pelo artigo 307 do código penal (quando se passa por uma pessoa para causar prejuízo ou ganho impróprio) crimes que podem render penas de 2 a 8 anos de prisão — o que pode resultar em até 50 anos de prisão se somadas todas as acusações. >
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