
Pelo menos 6 crianças, com idade entre 7 e 11 anos, estiveram na Delegacia Regional de Vila Velha na noite desta segunda-feira (2) acompanhadas dos pais para registrar um Boletim de Ocorrência contra a gerente de um supermercado de Vila Batista, na mesma cidade. Elas afirmam que foram acusadas pela funcionária de roubar o estabelecimento.
Além de considerarem a acusação falsa, os familiares afirmam que as crianças foram submetidas a constrangimentos.
As crianças ainda estavam assustadas depois que tiveram as mochilas revistadas pela gerente. Elas alegam que foram comprar biscoito e refrigerante para levar para escola, quando foram acusadas de furto.
"Ela falou que era para tirar tudo da bolsa e depois a gente podia seguir", diz um dos estudantes, de 10 anos, que tiveram a bolsa revistada.
Segundo ele, nada foi encontrado nas mochilas. "A mulher falou que viu a gente pegando biscoito e colocando dentro da mochila. Mas era mentira", garante.
Uma das mães, que prefere não se identificar, acredita que as crianças foram constrangidas pela gerente. "Sacudiu as meninas, uma delas é minha sobrinha, e obrigou elas a abrir a bolsa. Todos tiveram que abrir e mostrar o que tinham. Não tendo nada dentro da bolsa, elas pagaram o biscoito, que deu quase R$ 10, pagaram o refrigerante e foram para a escola".
MENINO RELATA CONSTRANGIMENTO
Um estudante de 9 anos conta que teve que se ajoelhar e provar que não tinha roubado.
"Na hora eu estava com vergonha porque todo mundo estava olhando para a nossa cara e rindo. Aí eu me ajoelhei e tirei as minhas coisas da mochila.
PUNIÇÃO NA ESCOLA
Segundo os pais, ao sair do supermercado, as crianças seguiram para a escola e chegaram atrasadas. Lá, relataram para o coordenador o motivo do atraso, mas acabaram punidas e tiveram que assinar o livro de ocorrências da escola. Os pais só souberam do episódio quando eles retornaram para casa.
CASO DE POLÍCIA
Os pais decidiriam prestar queixa da situação. Mas ninguém do supermercado compareceu à delegacia. Agora, as famílias esperam por justiça.
"A gente quer justiça e que sirva de exemplo para que eles não façam isso mais com outras crianças. Por mais que a criança esteja furtando, não oprimir a criança, não encurralar, chamar o responsável, o Conselho Tutelar e tomar as providências cabíveis de que forma que ela não passe vergonha", diz uma das mães.
Não foi possível entrar em contato com o supermercado em questão, já que o telefone estava fora de área. Por esse motivo, o estabelecimento não será identificado. A Polícia Militar e a Polícia Civil já foram demandadas sobre o assunto, mas ainda não responderam aos questionamentos.
Com informações do G1/ES e da TV Gazeta