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Publicado em 31 de julho de 2025 às 11:49
Aproveitando uma falha no sistema de um banco digital, um grupo conseguiu realizar mais de 800 saques irregulares em apenas três dias, movimentando mais de R$ 1 milhão sem que os valores fossem debitados das contas. Na madrugada desta quinta-feira (31), a Polícia Civil realizou a Operação Money Talks, visando desarticular o esquema. O nome do banco não foi divulgado e a ação aconteceu nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. >
As investigações, conduzidas pelo Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT), identificou 17 pessoas envolvidas no crime. Segundo o delegado Leonardo Vanaz, os investigados apresentavam um perfil financeiro considerado modesto. No entanto, durante o período de instabilidade no sistema, passaram a movimentar quantias elevadas.>
"Foi apurado que, durante três dias, enquanto o banco apresentava instabilidades do seu sistema, pessoas realizaram diversos depósitos de forma irregular, sendo que esses depósitos eram feitos sem que fosse debitado da conta das pessoas e sem que essas pessoas tivessem dinheiro, saldo na conta", explicou o delegado.>
Ainda conforme o delegado, a instabilidade no banco, que funciona digitalmente, ou seja, não têm agências, aconteceu no final do ano passado. >
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A maioria dos saques foi realizado pelos próprios titulares das contas. No entanto, segundo as investigações, em alguns casos, os investigados utilizaram contas de parentes ou conhecidos para efetuar as transações. Sobre como os suspeitos conseguiram descobrir a falha no sistema do banco, o delegado Leonardo Vanaz disse que o caso ainda está em apuração, mas que houve uma divulgação nas redes sociais e, a partir disso, começaram os saques.>
“São jovens que sabem utilizar os meios digitais, que utilizaram até pessoas idosas. Tivemos o caso de uma senhora que nem sabia que o nome dela tinha sido usado, foi o neto que fez isso. Foi fazendo compras, empréstimos e saques", disse o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, José Lopes Pereira. >
Neste caso, o delegado Leonardo Vanaz explicou que o jovem usou os dados da própria avó. "Devido à falha no sistema bancário, esses indivíduos conseguiam realizar o saque sem ser debitado da conta bancária", informou. >
Entre as apreensões está um computador no valor de mais de R$ 100 mil e quase R$ 4 mil em espécie. Sobre prisões, José Lopes disse que, inicialmente, ninguém foi preso. Eles podem responder por furto e qualificados por fraudes, com pena de 3 a 8 anos de reclusão.>
Ao todo, foram identificados 835 saques presenciais considerados irregulares, somando R$ 1.018.800.>
Operação 'Money Talks
"Primeiro a gente faz o trabalho de investigação. Não é um crime violento, como crime contra a pessoa. Depois a gente decide se vai pedir prisão ou se o juiz e Ministério Público assim entender", explicou o delegado-geral adjunto.>
Ainda segundo o delegado, a princípio, os suspeitos não tem ligação direta entre si, mas os materiais apreendidos serão analisados para verificar se eles se conhecem e eventuais outros delitos cometidos por eles. >
A operação contou com a participação de equipes do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT), do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) e do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC).>
Durante a operação, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos celulares, dispositivos eletrônicos e documentos que podem ajudar no andamento das investigações. A Justiça também determinou o bloqueio de valores, imóveis e veículos em nome dos investigados, visando garantir o ressarcimento dos prejuízos causados à instituição bancária. >
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