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Avó de Pyetra sobre prisão da filha: 'Quero que apodreça naquele lugar'

Avó de Pyetra sobre prisão da filha: "Quero que apodreça naquele lugar"

A doméstica Carla Pinto não conseguiu conter as lágrimas ao ver o pequeno caixão branco da neta. Ela reiterou que acredita que a filha tenha culpa na morte da criança

Publicado em 2 de agosto de 2019 às 15:31

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Avó de Pyetra foi amparada por familiares. (Esthefany Mesquita)

A avó da menina Pyetra, de 3 anos, levada já morta pela mãe à UPA de Carapina, na Serra, nesta quinta-feira (01), chegou ao velório da neta por volta das 11h30 desta sexta-feira (02). Recebida e amparada por amigos, a doméstica Carla Pinto não conseguiu conter as lágrimas ao ver o pequeno caixão branco.

Enquanto chorava, Carla contou que quer que a filha e o genro permaneçam presos.  “Quero eles apodrecendo naquele lugar”, afirmou.

Sem acreditar no que estava vendo, a avó da criança reiterou que acredita que a filha tenha culpa na morte da criança.“Ela estava em casa, ela sabia de tudo. O pior foi ela ter escolhido aquele homem do que minha neta. Ela estava na mesma casa, sabia das agressões. Ela também é culpada”.

Avó não conseguiu conter as lágrimas ao ver o pequeno caixão branco. (Esthefany Mesquita)

A doméstica contou, ainda, que Alessandra Pinto dos Santos, de 20 anos, precisa pagar pelo que fez e destacou que não quer ver a filha.

“Ontem eu fui na delegacia que ela estava. Eu nem olhei na cara dela. Também não quero ver aquele homem na minha frente. Eles tiraram minha neta de mim”, finalizou.

CARINHOSA E SORRIDENTE 

A bisavó da pequena Pyetra, Efigênia da Silva, de 60 anos, acompanhou o velório da menina desde o início. Ela contou que a criança era carinhosa e sorridente, mas mudou o comportamento depois que a família se mudou para a casa de Nilson.

 “Ela estava sempre abraçando a gente, beijando, fazendo carinho no cabelo. Depois que foi morar com o namorado da mãe, ela começou ficar muito quieta. Toda vez que elas iam lá na minha casa, a Pyetra ficava quietinha no canto e chorava muito na hora de ir embora”.

 Efigênia revelou, ainda, que a família chegou chamar atenção de Alessandra, mãe da menina, e pedir a guarda, mas ela negou. “Nós vimos ela machucada. Alessandra falou que ela tinha batido na menina e, como mãe, ela bateria de novo”, destacou.

 Ainda segundo a bisavó, a garotinha era a única bisneta e neta da família. “A dor é irreparável, não dá para acreditar que perdemos nosso anjo”, finalizou.

"ELA CAÍA DEMAIS. NÃO SOFRIA MAUS-TRATOS", DIZ PADRASTO PRESO

Nilson da Silva Santos, de 26 anos, negou que Pyetra sofresse maus-tratos. (Reprodução/TV Gazeta)

"Ela caía demais, era uma menina que caia demais. Tá todo mundo enganado porque não aconteceu nada disso". Essa foi a explicação do padrasto da menina Pyetra, de 3 anos, levada já morta pela mãe à UPA de Carapina, na Serra, para os hematomas encontrados no corpo da criança.

Na manhã desta sexta-feira (02), Nilson da Silva Santos, de 26 anos, falou à TV Gazeta o que aconteceu na noite de quarta para quinta, quando a menina faleceu. 

Ao entrar no Departamento Médico Legal (DML), onde foi encaminhado para o exame de corpo de delito, o padrasto afirmou que a menina costumava subir na mesa quando eles estavam dormindo. 

Nilson reforçou que Pyetra não sofria maus-tratos. "Pode ter certeza disso. Essa menina era adorada por todo mundo", disse. 

Sobre o momento da morte, Nilson contou que eles brincavam com a menina. "Quando ela deitou, começou a sacudir". Em seguida, falou que a mãe seguiu para a UPA de carro e ele foi depois para o local de bicicleta.

"ERA MINHA FILHA, NÉ"

A mãe da criança, Alessandra Pinto dos Santos, de 20 anos, que também passou pelo exame de corpo de delito na manhã desta sexta-feira (02), antes de ser encaminhada ao Centro de Triagem de Viana, falou com a reportagem do Gazeta Online em poucos palavras.

"Estou muito mal, era minha filha, né", pontuou. Chorando, a mãe da menina relatou que não maltratou a filha. "Eu não machuquei ela. Eu não faria isso".

Questionada sobre a demora em levar a filha ao hospital, Alessandra disse, ainda, que levou a filha com vida. "Ela estava viva quando fui com ela ao médico".

Sobre afastar a filha a da avó e as marcas de mordidas e hematomas pelo corpo, Alessandra preferiu não se pronunciar.

Com informações Mayara Mello, da TV Gazeta e Esthefany Mesquita, do Gazeta Online

A PRISÃO

Pyetra dos Santos Reis chegou ao hospital já morta na madrugada desta quinta-feira (01). Ela apresentava lesões no corpo. (Aquivo Pessoal)

A mãe e o padrasto da criança que foi levada morta para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (1) foram autuados em flagrante por maus-tratos com resultado em morte. Alessandra Pinto dos Santo, de 20 anos, e Nilson da Silva Santos, de 26 anos, foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana (CTV) nesta noite.

De acordo com a Polícia Civil, o procedimento será encaminhado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para apurar os fatos. O corpo da criança foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para realização do exame cadavérico, que vai apontar a causa da morte.

O prazo para a conclusão do laudo cadavérico é de, no mínimo, 30 dias.

O CASO

Pyetra foi levada morta pela mãe para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (1). De acordo com a polícia, a criança apresentava lesões graves e estava com o corpo rígido, o que demonstra que ela havia morrido já há algum tempo. A avó da menina soube da morte pelo sogro da filha, que informou que a menina tinha sido socorrida para o hospital após passar mal durante uma brincadeira.

"Ele disse que às 3 da manhã chamaram um carro para levar minha neta para o hospital porque ela estava machucada. Que eles estavam brincando de jogar ela pra cima, pro alto, e aí ela ficou tonta, passou mal. Depois eu fiquei sabendo que, quando o carro pegou minha neta para levar para o hospital, ela já estava morta", declarou.

A avó, porém, não acredita na versão contada pela filha e o genro. De acordo com ela, a menina estava roxa e apresentava marcas de mordidas, o que indicava que ela foi agredida.

A avó de Pyetra, a empregada doméstica Carla Pinto, disse que já havia encontrado lesões no corpo da neta em maio deste ano. (Isaac Ribeiro)

"A minha filha mentiu. Disse que a menina passou mal e morreu 15 minutos antes de entrar no hospital, mas não foi isso que aconteceu. O corpo dela estava rígido", questionou.

AGRESSÕES 

A polícia informou que Pyetra apresentava sinais de maus tratos. Foram encontradas lesões no pescoço, nas nádegas e queimaduras de cigarro no pé da menina. A avó de Pietra acredita que as agressões aconteciam dentro de casa. Inconformada com a possibilidade de violência, ela relembrou que a filha, mãe da criança, já sofreu uma tentativa de abuso sexual quando criança, mas que ela interferiu e levou o caso à polícia. 

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Eu protegi ela na época que ela passou por violência. Eu não deixei isso acontecer com ela, porque ela deixou acontecer com a minha neta? Se ficar comprovado, de filha eu não vou chamá-la mais. Como mãe, eu dou a vida pelos meus filhos, mas ela deixou acontecer o pior

Carla Patrícia Pinto, avó da criança
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Com informações de Iara Diniz

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