Publicado em 14 de abril de 2020 às 07:46
Doze capitais já possuem taxas de incidência de casos do novo coronavírus, padrão que considera o volume de casos pela população, em patamar que indica uma situação de emergência. Vitória está entre elas.>
O Ministério da Saúde adota essa classificação quando os índices ficam 50% acima da média nacional, hoje de 111 casos para 1 milhão de habitantes, o que indica um alerta devido ao aumento de casos da Covid-19.>
Os dados foram informados nesta segunda-feira (13) pelo ministério. "Dividimos essa incidência em três partes, como um sinal de trânsito. Em vermelho, é um alerta, pare, interrompa", explica o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, em referência a medidas de distanciamento social e redução de circulação recomendadas nestes casos.>
Entre as cidades, a pior situação é de Fortaleza, que registra 573 casos a cada 1 milhão de habitantes. Em seguida, está São Paulo, com 518 casos na mesma proporção, e Manaus, com 482.>
>
Também entram na lista as cidades de Macapá, Florianópolis, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre, Brasília e Boa Vista. "Significa que temos que aumentar a atenção esses lugares", afirma Oliveira.>
Nos últimos dias, o aumento acelerado de casos fez o Ministério da Saúde enviar uma carga de 60 respiradores para Fortaleza, Manaus e Macapá.>
A escolha das cidades ocorreu com base em dados do volume de casos para a população e também da estrutura disponível na rede de saúde para atendimento, informou a pasta.>
Nesta segunda, em novas medidas de reforço, a pasta anunciou o envio de membros da Força Nacional do SUS, composta por profissionais de saúde com experiência para atuar em situações de emergência, a Manaus. A equipe será composta por enfermeiros e sete médicos.>
Em outra frente, a ideia é enviar recursos para instalar 350 leitos extras no hospital Delphina Aziz, referência no atendimento de casos do coronavírus na cidade, e adotar medidas para reabrir um hospital privado que estava fechado.>
O secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, disse não ser possível afirmar que todas as regiões terão impacto semelhante ao ocorrido em Manaus.>
Ele fez um apelo para que gestores locais tentem modelar recomendações de distanciamento social de acordo com a estrutura disponível. Neste sentido, a pasta trouxe um comparativo de medidas de distanciamento social em quatro capitais com dados de incidência e ocupação de leitos.>
Entre os exemplos, está Recife, que tem índice acima de 50% da taxa nacional e 90 a 95% da capacidade instalada. Neste caso, há necessidade de distanciamento social ampliado, quando a recomendação de evitar a circulação vale para toda a população.>
Já em Curitiba, onde a incidência ainda não está em nível de emergência, mas de alerta, e 58% dos leitos de UTI estão ocupados, a recomendação é de distanciamento seletivo, focado sobretudo em grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.>
Situação diferente, no entanto, é vista em Campo Grande, cidade que, embora esteja abaixo da taxa de incidência nacional, tem a maioria dos leitos da rede pública hoje ocupados. Ou seja, caso haja aumento de casos do novo coronavírus, haveria pouco espaço para atendimento --daí a necessidade de manter medidas de isolamento.>
"Campo Grande está com 98% de ocupação e não tem leitos opcionais. Significa que tem leitos muito próximo do limite", disse Oliveira. "Ela necessita de um distanciamento social ampliado por conta desses dados." >
"Manaus, Fortaleza, mas não podemos baixar a guarda, tem vários lugares que ainda não conseguiram implementar leitos suplementares", completou.>
A região metropolitana de São Luís é outra que gera preocupação. Segundo o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, a ocupação de leitos já se aproxima do limite. A ideia é que sejam enviados dez leitos extras.>
Até o momento, o novo coronavírus já consumiu ao menos R$ 12 bilhões de recursos do Sistema Único de Saúde no país. "Isso é o que o Ministério da Saúde já empenhou, transferiu para estados e municípios e recursos que nós estamos fazendo aquisições para transferência para todos os estados", disse o secretário-executivo, em entrevista coletiva.>
Gabbardo informou que parte expressiva desse montante se refere aos valores repassados para estados e municípios, em torno de R$ 5 bilhões. O secretário-executivo rebateu críticas a respeito dos critérios usados pelo Ministério da Saúde para dividir os recursos.>
Alguns municípios e estados mais atingidos, de acordo com o secretário-executivo, reclamam do fato de que mesmo localidades em estágio inicial do surto ou sem casos confirmados, também recebam os repasses.>
"Nossa intenção foi repassar recursos para todos, para que todos, mesmo ainda não tendo casos, possam estar com a sua situação financeira equilibrada e em condições de fazer as aquisições dos insumos necessários", disse. "Quem não tem ainda pacientes confirmados, na semana que vem pode ter, daqui duas semanas vai ter", completou.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta