Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 22:24
O Espírito Santo registrou a pior crise epidêmica de dengue em 2019. Foram 79.245 casos registrados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), a maior em sete anos. Além disso, foram 43 mortes, sendo que, no ano anterior, 18 pessoas haviam morrido por causa da doença. >
Os dados da série histórica do Espírito Santo são de 2013 a 2019, anos que foram disponibilizados pelo órgão. >
O técnico eletrônico Jair Pereira Penha, de 43 anos, a esposa Mara Cristina dos Santos Assis, de 43 anos, e o filho deles, Gabriel Ângelo Assis Penha, de 11 anos, estão com dengue. Eles moram no bairro Santo Antônio, em Vitória, e na vizinhança há muitos casos de dengue e chikungunya. >
Os sintomas começaram a aparecer no sábado (4). Tiveram início com febre e dor de cabeça, passando pela dor e manchas vermelhas pelo corpo. Primeiro minha esposa e eu começamos com os sintomas, dois dias depois meu filho. Não desejo isso para ninguém, não consigo nem sair de casa e ir trabalhar, contou Jair. >
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Segundo o infectologista Lauro Ferreira Pinto, parte da razão para a explosão da epidemia foi a mudança no subtipo de vírus predominante. A dengue possui quatro sorotipos, sendo que o 2 voltou a circular em 2019. Ele não aparecia há 10 anos no Brasil. Associado a esse novo sorotipo, houve também muita chuva durante o ano passado, o que facilitou a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença. >
Como o sorotipo 2 não aparecia há 10 anos, o sistema imunológico não estava preparado para recebê-lo. Em 2017 e 2018 houve poucos casos de dengue no Brasil, mas com a volta desse sorotipo, que é mais agressivo, houve uma explosão no número de casos", destacou. >
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) não disponibilizou fonte para a matéria, mas nas últimas publicações informou que outro fator que estaria aumentando o número de casos é a falta do inseticida Malathion, usado em carros fumacês. Desde junho de 2019 A GAZETA faz matérias relatando a falta dele.>
A aquisição do químico é atribuição do Ministério da Saúde, que repassa o produto aos Estados. Porém, o último repasse foi feito no mês de abril do ano passado. A Sesa informou, por meio de nota, que o Ministério da Saúde ainda não distribuiu para o Estado. >
No Brasil, o ano de 2019 teve o segundo maior número de casos de dengue desde que a notificação obrigatória sobre a doença começou, em 1990. O Ministério da Saúde ainda não terminou de compilar casos registrados no fim do ano, mas, de 1º de janeiro a 7 de dezembro, o país atingiu 1,53 milhão de notificações da enfermidade, a maioria delas em Minas Gerais e São Paulo. O número perde apenas para 2015, quando 1,69 milhão de casos foram registrados. As informações são do jornal O Globo. >
Segundo o infectologista Crispim Cerutti Junior há sinais de uma epidemia de dengue no Espírito Santo. Ele explica que o sintoma principal da doença é a febre, que pode vir associada com dois ou mais conjuntos de sintomas: dor nos olhos, dor nas juntas, nos músculos, náuseas, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, sinal de sangramento e redução na contagem dos glóbulos brancos. Os sintomas duram em média sete dias. >
Qualquer situação de febre com algum desses sinais é importante procurar o médico. Quanto mais cedo for diagnosticado, mais chance a pessoa tem de se curar. Em relação ao número de mortes há duas possibilidades: a pessoa não está conseguindo chegar ao atendimento médico ou, ao ser atendida, não está sendo abordada como as diretrizes recomendam, contou. >
A maneira mais eficaz de se prevenir a doença é impedir o ciclo de reprodução. Ele se reproduz com facilidade no período do verão devido ao maior volume de chuvas e por conta das altas temperaturas. O inseto coloca seus ovos apenas em acúmulos de água limpa e parada. >
Muitos materiais podem se tornar propícios para o desenvolvimento de larvas do mosquito, entre eles estão pneus velhos, caixas dágua, garrafas, calhas entupidas, e também recipientes jogados em lixo descoberto. >
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